Contrariamente ao que fizeram os governos de Espanha (que baixou 15% os ordenados dos políticos ) e Portugal (que se ficou por um terço), proponho que para acalmar o (insaciável) mercado especulativo ( que nunca quererá ver prejudicado quem o tolera e lhe dá cobertura) se aumentem 100% os salários dos nossos políticos e gestores públicos .
Se retirarem a esses senhores (obrigando-os a viver como o cidadão comum) os subsídios de mudança de residência, de transporte, de reintegração, de arrendamento… (quando se concorre aos lugares todos estão a contar ficar na sua terrinha!!!); os prémios de produtividade compensatórios das “50 horas” que trabalham por dia; os cartões de crédito para despesas de representação e refeições no Gambrinus,; os popós topo de gama; as regalias para a sua corte familiar; os ares condicionados e outros confortos em gabinetes onde nunca se encontram; os “passeios” ao estrangeiro; algumas estrelas nos hotéis onde se instalam quando viajam “ao serviço de Portugal”, etc.,etc,.etc.,(porque são tantas!), duplicar-lhes os ordenados parece-me ser uma medida acertada (até porque os abrigaria a pagar mais impostos e deixaria sem suporte aquela teoria do “simbólico exemplo” (que é falsa), porque o problema dos “gastos públicos” (com esses competentes e bem formados cidadãos) não reside nos rendimentos que “contam pró Fisco”, mas sim nas mordomias que “não contam p´ra nada” e desbaratam o erário público.
O acordo PSD / PS, que originou um pedido de desculpas de Passos Coelho (uma espécie de Egas Moniz social democrata a quem o engº Sócrates engoliu em menos de um fósforo e que se pôs a jeito para ser próxima vítima do inferno laranja), que no essencial garante que esta pouca vergonha continue, é bem demonstrativo do poder das “clientelas” políticas, que gravitam à volta do bloco central e que, mesmo em tempo de crise, apesar do “disfarce”, podem continuar a gastar à tripa forra (como diz o PPM). Tentar demonstrar ao povo que os sacrifícios afectam proporcionalmente os portugueses é pura demagogia, e, isso o Zé povinho já percebeu, porque constata diariamente que o pilim só não existe no seus bolsos…
O Estado continua a sustentar organismos e serviços que são verdadeiros “sanguessugas” que nada contribuem para a resolução dos problemas das pessoas, que se não tiverem posses para se fazer representar por (bons) advogados (aqueles que adiam ou ganham tudo), o melhor é ficarem quietinhos e muito bem calados…
Como eu gostava de ver “cortar a sério” nos gastos da Presidência, do Governo, dos Ministérios, das Forças Armadas, dos Governos Civis… e ver esse dinheirinho na Saúde, na Educação, na Agricultura e Pescas, na Lusofonia, enfim, nalguma coisa que nos ajudasse a vencer a crise e contribuísse para o nosso bem-estar.
Mesmo sem ser economista (mas eles também erram tanto!!!) atrevo-me a dizer que o défice não se combate com a redução de salários, (principalmente daqueles que, por serem tão baixos, nos deviam envergonhar, enquanto país democrático e humanista), mas com medidas que assegurem a transparência e o rigor da “coisa pública”.
Enquanto reinar o despesismo e tiverem voz aqueles que o confundem com as funções essenciais do Estado (para imporem a “liberalatinagem”, os especuladores, disfarçados de “mercado” esfregarão as mãozinhas de contentes e… passar a vida a trabalhar… só serve p´ra evitar… que haja tempo p´ra pensar!
Já a minha avó dizia, no seu “douto analfabetismo” que, quem trabalha não tem tempo pr´a ser rico!
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