quinta-feira, 27 de maio de 2010

Não (nos) matem o sonho...

Os políticos portugueses são homens e mulheres como nós, preocupados com a sociedade em que vivem e, evidentemente, com eles próprios. Seria desumano exigir-lhes que tratassem das nossas vidas e se esquecessem deles próprios, exigindo-lhes que fossem tão bons como aquele patrão que era tão bom, tão bom, tão bom, que morreu pobre e deixou ricos todos os seus empregados!
Há em muitos de nós uma “tendência (inata?)” para considerar os políticos seres especiais que têm que fazer tudo bem e depressa, havendo mesmo muitos que lhes ficariam gratos se eles os libertassem da “trabalheira” de pensar.
Convém não esquecer que cada vez se torna mais difícil a “arte de governar” (frequentemente substituída pela arte de governar-se), em que a crescente dificuldade se deve muito ao “aperfeiçoamento” daqueles que (provavelmente por pensarem que são imortais) fazem da acumulação de riqueza o fim último das suas vidas e que, sem olhar a meios para atingir os fins, transformam o mundo num inferno, quando existem recursos para que pudesse ser um paraíso
Culpar os políticos por tudo o que de mau existe e nos acontece não passa de demagogia barata. Temos que estar atentos a alguns espertalhões que tudo fazem para “sacudir” o protagonismo para os políticos, para melhor poderem “abichar”…Fiquem de pé atrás com aqueles que dizem que não querem nada com a política, porque muitos (não todos) são hábeis em “política rasteira”, verdadeiros lobos vestidos com pele de cordeiro. (Aceito e respeito a opinião séria de muita gente que vive concentrada no seu “métier” e a sua intervenção política se resume a participar nos actos eleitorais.
É urgente dignificar a Política e os políticos, porque sem ela voltaríamos à idade da pedra. Precisamos de ser exigentes e nunca, por nunca, ficar de braços cruzados a “ver o que acontece”.Temos que desculpar-lhes alguns erros, porque errar é humano e só erra quem faz. Mas não podemos permitir que firam de morte a nossa dignidade quando querem que deixemos de sonhar e de acreditar em nós próprios…
Deixem-nos sonhar!
Lembrai-vos meus ricos senhores ministros, secretários, sub secretários, sub sub secretários, assessores, sub assessores, presidentes, vice presidentes, adjuntos, sub adjuntos e auxiliares de adjuntos, deputados, gestores, secretários, seguranças, motoristas, ajudantes de motorista, juízes, meretrizes, chefes. chefinhos e chefões, guardiões, relatores, conselheiros, aconselhadores, embaixadores , porteiros, roupeiros, jardineiros, limpadores, directores, sub directores, vogais e todos os demais, “que o sonho comanda a vida e que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança”… Desempenhai com brilho e galhardia a vossa nobre missão. Viajai e conhecei o mundo e as suas gentes, levai-nos o último tostãozinho e sede felizes com ele, mas por favor não matem o nosso sonho de que um dia estas coisas hão-de mudar e o mundo será diferente e melhor. Lembrai-vos que “não há machado que corte a raiz ao pensamento” e que nesse mundo novo… o vento e as estrelas são do povo

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