sábado, 8 de maio de 2010

Os insaciáveis

Se teimarmos em considerar o capitalismo selvagem o “Deus Terreno” que regula toda a acção humana, (que terá que sujeitar-se à sua omnipotente vontade) penso que estaremos a caminhar aceleradamente para uma rotura social que não sei muito bem como vai evoluir, mas que, tudo indica, assumirá formas violentas, de consequências muito graves para todos. A Paz é um “Bem” de valor incalculável que dinheiro nenhum pode comprar, não acontecendo o mesmo (infelizmente) com a guerra, que os senhores do dinheiro podem “encomendar” a qualquer momento.
Esta forma de capitalismo em que o poder dos “tubarões” se sobrepõe ao poder dos Estados Soberanos e Democráticos tem que ser, eficaz e urgentemente, combatida, sob pena de “mais uma vez os filhos do povo pagarem com a vida, numa guerra, as loucuras de fanáticos que fizeram da acumulação desumanizada de riqueza, a finalidade única da sua existência.
Já várias vezes disse e reafirmo que uma boa “receita” para alguns “senhores” seria pô-los a comer diariamente aquilo que produzem – dinheiro virtual adquirido em especulação bolsista ou fruto de “lavagens”- transformado em ementas variadas, que lhes evitasse o tédio de comer notas de 500€ a todas as refeições. Isto pela simples razão que tal espécie animais se transformaram em vampiros insaciáveis que, por muito que se lhes dê, querem sempre mais, mais e mais.
Veja-se o caso recente do empréstimo dos países da UE à Grécia, que no dia seguinte fez acalmar os “mercados” (enquanto os vampiros pararam para pensar), mas logo de seguida tudo voltou à estaca zero, porque garantida aquela massinha, imediatamente começam a “trabalhar” para sugar mais.
Quando rebentou o “escândalo da crise mundial” (chamo-lhe assim porque não sei o nome técnico) os governos de todo o mundo apressaram-se a “injectar” o dinheiro necessário para salvar os “coitadinhos dos viciados no jogo do capital de risco”, mas depois quando é necessário ajudar países que, se não for pela via do endividamento, não conseguem desenvolver-se, a receita é “estrangular” a classe média/baixa, porque os vampiros assim o exigem.
Está-se mesmo a ver que os analistas especializados americanos, na “defesa intransigente” do euro, (de quem os americanos, são inimigos figadais) e na tentativa de “afundamento” do dólar (que é sua a moeda) hão-de sempre produzir opiniões que favoreçam a unidade europeia, através do “nivelamento dos seus países membros”…(palhaçadas!) E nós, bons rapazinhos e muito educados acreditamos nelas e consideramo-las Verdade Absoluta, como se os Americanos sejam os “únicos donos do mundo”, Fala-se na vaga possibilidade de criar uma agência Europeia de notação financeira, mas de concreto nada acontece a não ser o “massacre” diário da análise bolsista e as ameaças que comprometem a tranquilidade do nosso futuro.
A UE, que presidimos, continua servil aos interesses do tio Sam, fingindo ignorar que os países pobres necessitam de níveis de endividamento diferentes dos países ricos, para que a verdadeira EU se concretize e possa enfrentar os seus inimigos que agora são insaciáveis, mas que a razão há-de vencer um dia, que espero, não esteja longe.
Quem pensa que não estamos fadados a viver com medo dos americanos para todo o sempre e acredita que é possível criar uma ordem mundial ao serviço do desenvolvimento e do bem-estar, não pode continuar a assobiar para o lado…
Os (agora) insaciáveis são vulneráveis.
Vamos a eles!

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