domingo, 30 de outubro de 2022

NÃO ME AGITEM, QUE SOU VELHO...

 

NÃO ME AGITEM, QUE SOU VELHO…

Por Celso Neto

 

Não me roubem o sossego

Parem de me meter medo!

Segui o vosso caminho

Deixai-me ir devagarinho…

Refreai a vossa pressa

Antes que a Natureza impeça

Que a vossa grande ambição

Vos faça cair ao chão!

 

Neste beco sem saída

De inovação desmedida

Que nos torna analfabetos

Sem tempo para os nossos netos

Que não têm tempo dos pais…

Tanta pressa … é demais!

 

A vida é feita aos saltos

Alguns demasiado altos…

Num mundo aos solavancos

Que exclui tantos e tantos!

Perdemos a humanidade

Potenciámos a velocidade

Que quase ficou vertiginosa

E, por isso, é perigosa!

É tudo aqui e agora

Mas depressa, sem demora!

 

Parem um pouco para pensar

No mundo de pernas para o ar…

Não embarquem na loucura

De cavar a sepultura!