Até há pouco tempo (antes desta crise generalizada, que serve para ninguém assumir as culpas e justifica todos os procedimentos de rapina aos nossos bolsos) havia muitas pessoas que, se não se metessem em buracos, conseguiam fazer um trajecto de vida mais ou menos previsível sendo possível planeá-lo, minimamente, com alguma segurança.
Hoje os dias são outros, com aqueles que se “adaptaram demasiado” à segurança e “cristalizaram” a servirem de justificação para tudo poder ser incerto e imprevisível. É hoje muito provável que alguém tenha uma vida tranquila e de um momento para o outro, tudo se modificar e passar a ter uma vida, que é um inferno, sem dinheiro e sem emprego, com os filhos para sustentar e educar, a casa e o carro para pagar, as doenças físicas, a revolta e as neuroses para medicar…
Quem já foi pobre, com alguma calma e paciência, tem mais probabilidades de contornar a situação, porque ainda se lembra, certamente, do tempo em que contava os tostões e conseguia sobreviver… Relativamente aos seus filhos o caso muda completamente de figura, porque a esmagadora maioria deles não conheceu miséria, sempre viveu bem, mesmo que algumas vezes com grande sacrifício dos pais que tudo fizeram para os “aproximar” do patamar onde vivem os mais ricos.
Não me atrevo a adiantar consequências sociais desta nova realidade, principalmente nas crianças, jovens e adultos jovens, mas parece-me que não há-de ser nada de bom… (para os mais velhos, o prozac e o xanax podem até ser eficazes, mas o pior é que transformam em “couves” respeitáveis pessoas que nos habituámos a admirar…)
É muito fácil dizer que temos que nos adaptar ao mundo de incerteza permanente, o pior é adaptarmo-nos mesmo.
É muito fácil criticar quem se endividou. O problema é a maior parte dos críticos não o fizeram, porque felizmente não precisaram de o fazer para governarem a suas vidas.
É muito fácil dizer que temos que apertar o cinto, só que quem nos manda apertá-lo não precisa de o fazer.
Se dermos ouvidos aos defensores do despedimento livre e continuarmos neste paradigma de acumulação de várias fontes de rendimento de alguns, impedindo o acesso dos jovens ao mundo do trabalho, é asneira da grossa.
Perante tantas dificuldades dos nossos jovens adultos não faltará quem recomende “Aprendam a ser pobres! Mas ,sinceramente, não me parece que esse seja o caminho certo, nem me parece que resulte.
Ouço muita gente dizer que, agora, só é pobre quem quer, mas eu não acredito. (Adaptada à situação de remediada a minha mãe dizia-me tranquila: “sempre houve pobres e ricos e sempre assim será.” Agradeço muito o teu “calmante” mãezita, mas os ricos do teu tempo e do teu mundo, não eram iguais ao de hoje. Se cá viesses e os visses e soubesses o que fazem, benzias-te com a mão canhota, e, se visses os pobres de hoje… desmaiavas, porque uma boa parte deles seguiu os conselhos que me davas e a fez a vida que sempre me pediste para ter!)
A “solução” de aprender a ser pobre, mesmo temporariamente, não me atrai… Admito que nem todos podem ser ricos (eu próprio gostava e não sou) mas com o conhecimento e a tecnologia de hoje, se os nossos governantes não conseguem erradicar a pobreza deste “quintalzinho”, bem podem dedicar-se à apanha de malvas e lavar o rabinho com elas. (cuidado que os campos “estão às silvas” e podeis picar as “mãozinhas”!)
Hoje os dias são outros, com aqueles que se “adaptaram demasiado” à segurança e “cristalizaram” a servirem de justificação para tudo poder ser incerto e imprevisível. É hoje muito provável que alguém tenha uma vida tranquila e de um momento para o outro, tudo se modificar e passar a ter uma vida, que é um inferno, sem dinheiro e sem emprego, com os filhos para sustentar e educar, a casa e o carro para pagar, as doenças físicas, a revolta e as neuroses para medicar…
Quem já foi pobre, com alguma calma e paciência, tem mais probabilidades de contornar a situação, porque ainda se lembra, certamente, do tempo em que contava os tostões e conseguia sobreviver… Relativamente aos seus filhos o caso muda completamente de figura, porque a esmagadora maioria deles não conheceu miséria, sempre viveu bem, mesmo que algumas vezes com grande sacrifício dos pais que tudo fizeram para os “aproximar” do patamar onde vivem os mais ricos.
Não me atrevo a adiantar consequências sociais desta nova realidade, principalmente nas crianças, jovens e adultos jovens, mas parece-me que não há-de ser nada de bom… (para os mais velhos, o prozac e o xanax podem até ser eficazes, mas o pior é que transformam em “couves” respeitáveis pessoas que nos habituámos a admirar…)
É muito fácil dizer que temos que nos adaptar ao mundo de incerteza permanente, o pior é adaptarmo-nos mesmo.
É muito fácil criticar quem se endividou. O problema é a maior parte dos críticos não o fizeram, porque felizmente não precisaram de o fazer para governarem a suas vidas.
É muito fácil dizer que temos que apertar o cinto, só que quem nos manda apertá-lo não precisa de o fazer.
Se dermos ouvidos aos defensores do despedimento livre e continuarmos neste paradigma de acumulação de várias fontes de rendimento de alguns, impedindo o acesso dos jovens ao mundo do trabalho, é asneira da grossa.
Perante tantas dificuldades dos nossos jovens adultos não faltará quem recomende “Aprendam a ser pobres! Mas ,sinceramente, não me parece que esse seja o caminho certo, nem me parece que resulte.
Ouço muita gente dizer que, agora, só é pobre quem quer, mas eu não acredito. (Adaptada à situação de remediada a minha mãe dizia-me tranquila: “sempre houve pobres e ricos e sempre assim será.” Agradeço muito o teu “calmante” mãezita, mas os ricos do teu tempo e do teu mundo, não eram iguais ao de hoje. Se cá viesses e os visses e soubesses o que fazem, benzias-te com a mão canhota, e, se visses os pobres de hoje… desmaiavas, porque uma boa parte deles seguiu os conselhos que me davas e a fez a vida que sempre me pediste para ter!)
A “solução” de aprender a ser pobre, mesmo temporariamente, não me atrai… Admito que nem todos podem ser ricos (eu próprio gostava e não sou) mas com o conhecimento e a tecnologia de hoje, se os nossos governantes não conseguem erradicar a pobreza deste “quintalzinho”, bem podem dedicar-se à apanha de malvas e lavar o rabinho com elas. (cuidado que os campos “estão às silvas” e podeis picar as “mãozinhas”!)
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