Invariavelmente, não há manhã ou tarde televisiva que se preze que não explore ao máximo um caso de violência, um escândalo, uma desgraça ou uma qualquer “mediocridade”que “sacie e delicie” a brejeirice e a coscuvilhice, que parece fazerem parte da natureza humana…
As grandes causas e o saber deixaram de mobilizar as pessoas… O que “está a dar” são os Gouchas, os Gabrieis, as Merches, as Júlias, as Maias e toda essa gente, que a troco de uns cobres, ou por qualquer outra forma (geralmente ligada à sede de protagonismo ou à vaidade) consegue trazer para as câmaras pessoas disponíveis para “esfrangalhar” a sua privacidade, que como é óbvio afecta terceiros, que acabam por ser vítimas desta “onda”, que não tardará muito, penso eu, transformará em aberrantes directos televisivos tudo aquilo que devia ser do foro íntimo de cada um de nós.
Com música a condizer e poses ensaiadas (quase sempre dos “bifinhos” que os cameramen destacam para que tenham o efeito desejado de criar ambiente) as entrevistas “desnudam” o que for preciso para tentar vencer a guerra das audiências. Não há limites para o baixo nível. O “serviço público” (que somos obrigados a pagar) é uma miragem. Lentamente (como convém) vamo-nos transformando todos em “costureirinhas”! (com o devido respeito pelas costureiras e costureiros deste País).
Procura-se fazer vingar a ideia de que a violência, a pedofilia, a mentira, a traição, a desgraça, etc. são “apanágio” das pessoas carenciadas, omitindo-se a podridão das classes privilegiadas, ajudando assim a construir a “teoria” de que a “depravação” só existe na classe baixa, residência e causa de todos os males do mundo…
Usurpando as “raízes populares” a televisão cultiva e impõe-nos o popularucho, que alimenta a nossa ignorância…
A mediocridade anda â solta, a céu aberto! Compete a cada um de nós depositá-la no caixote do lixo.
Sem comentários:
Enviar um comentário