sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Kag kilomilhões

Noticiam alguns jornais que o asteróide 2005 YU55 irá passar junto à Terra no dia 8 de Novembro. Segundo a NASA passará a uma distância de 325 mil quilómetros, ficando mais próximo da terra do que a lua… (mais milímetro menos milímetro, digo eu.)
Com os milhões, os mil milhões e os kag kilomilões de euros com que somos bombardeados todos os dias, pelos mais diversos motivos, perdemos a noção da realidade e até ficamos com a sensação que o dito asteróide vai passar ao lado das nossas cabeças (tontas)… Em termos cósmicos trezentos mil quilómetros é um pontinho, mas dizer “passar junto” para se referir a algo que passa a 325.000 Km, parece-me um exagero, até pelo pânico que pode causar no comum dos mortais, como eu.
Será provavelmente esta relação cósmica que leva a que alguns “iluminados”confundam com a maior das naturalidades “milhões” com “milhares de milhões” de euros, como se da mesma coisa se tratasse…
Quando da invasão de Portugal pelo dinheiro da Europa, (que agora temos que pagar com língua de palmo, depois de muito dele ter regressado à proveniência, em compras de inutilidades), perdeu-se a noção dos valores e das medidas. Com o euro, o problema agravou-se havendo até há bem pouco tempo (e ainda haverá) muito boa gente que relacionava 1 euro com cem escudos e outra que confunde euros com contos de reis…
Quando olhamos para trás até parece que já foi há séculos que mil escudos era dinheiro e que mil contos era uma fortuna… Hoje tudo o que não seja milhões ou milhares de milhões, (nem que seja de esfomeados) já nada diz a uma grande parte dos nossos políticos, governantes e outros endinheirados.
Estamos em plena época dos kag kilomilhões! Ninguém sabe muito bem quanto será, mas todos sabemos que é muito.
Os nossos políticos, com o ar mais inocente e sério deste mundo, atiram-nos para os ouvidos com números astronómicos de dívida, ao mesmo tempo que nos querem fazer acreditar que um euro é um euro e que um aumento de vinte e cinco euros no ordenado mínimo nacional seria uma tragédia… (Quando se trata de falar para a arraia miúda, metem-se os milhões no saco e vinte euros transformam-se numa fortuna!).
Enquanto o nosso dinheirinho (algumas vezes ganho com sangue, suor e lágrimas) estiver a entrar no poço sem fundo dos kag kilomilhões) todos nos dizem que estamos no bom caminho e que o futuro há-de sorrir-nos… Se trabalharmos cada vez mais, ganharmos e gastarmos cada vez menos, os nossos (des)governantes prometem-nos o paraíso terrestre ! (sempre adiado.)
Estranhamente, desde há poucos dias, das palavras do troca-tintas do líder dos sociais-democratas, começa a depreender-se que “finalmente” descobriu que sem financiamento e poder de compra a economia não funciona. O facto de produzirmos muito, nada conta, se não houver quem compre! E para comprar é preciso ter dinheiro! E para ter dinheiro é preciso ter emprego! E … é preciso haver bom senso!
O “cancro” da sociedade actual são os especuladores e as offshores, mas aí, os governantes (adivinhem os motivos) não estão interessados em mexer!!!!! Preferem lançar e aumentar impostos que sustentem as suas faustosas vidas e as dos seus apaniguados.
Estamos endividados (arruinados, digo eu), mas a Presidência, o Governo, a Assembleia e os “escolhidos” continuam a viver à grande e à francesa.
As benesses continuam, o regabofe aumenta a cada dia que passa! Das gorduras do Estado deixámos de ouvir falar! Os Institutos, as aFundações e as outras aberrações… foi chão que deu uvas! (caladinhos como ratos!)
Pobre sorte a nossa!

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