O rápido e (para mim) esperado desfecho da crise interna
do PS, confesso que me agradou, mas ficou longe de me deixar tranquilo, no
respeitante à necessidade de o PS se afirmar como um partido forte, donde
resulte um Governo capaz e competente, que substitua estes “tarefeiros” do
capital especulador.
Quando ouço falar os “intervenientes” cheira-me logo a
hipocrisia e fico com a sensação que a “contenda” está longe do seu desfecho,
porque não tenho conhecimento que haja paz em qualquer capoeira onde vivam
raposas. Raposas e aves podem “conviver”, mas em compartimentos separados! Tudo
misturado, com as raposas a deitarem a cabeça de fora, para verem se o vento
não lhes corre de feição, é impossível.
Para velhas raposas só há um lugar no PS: na prateleira!
(como fez Passos Coelho, que abomino, mas neste particular, elogio).
Basta olhar para o que se passou no interior do PSD e do
PS nas últimas duas décadas, para ver que, relativamente às guerras de
baronetes, as realidades são idênticas e delas não tem resultado nenhum bem
para os Portugueses, à exceção de uns quantos que, em jogadas de bastidores, de
poder e contra poder, veem as contas bancárias subir vertiginosamente…
Tenho cá para mim que nas elites políticas se escondem
finórios corruptos que são o elo de ligação às elites financeiras de igual
calibre, que se “divertem” a especular e a infernizar a vida dos Portugueses.
Obviamente que não sei quem são, nem o que fazem, mas de uma coisa estou certo:
- Não há corrupção sem corruptos e se são as elites políticas que fazem e
aplicam as Leis, têm que albergar corruptos, pois como é reconhecido
internacionalmente, em Portugal a corrupção é preocupante!
E onde começa essa corrupção? Precisamente nos Partidos,
nesses jogos de poder e contra poder que obriga, de vez em quando, à contagem
de “espingardas” para ver se é possível o “domínio das hostes” que permita
chegar ao Governo, onde os eleitos ou os nomeados não são cidadãos livres, mas
simples reféns. Este tráfego de influências ao mais alto nível está a minar a
nossa sociedade e não tardará que liquide os nossos valores e princípios humanistas.
Ou os Partidos, particularmente o PS, se desamarram deste
cerco, livrando-se dos oportunistas que gravitam na sua “auréola” ou acabarão
por ser vítimas da sua “desgovernada pluralidade”.
Para fazer parte da elite política não basta ter sido Jota,
falar bem, gritar alto ou ser “lambe botas”… É preciso competência e
honestidade!
Não vejo que algo esteja a ser feito no PS para eliminar
este “cancro” e é por isso que não estou confiante e muito menos… tranquilo!
Acho que o PS não vai resistir à autodestruição!
Oxalá esteja errado.
Post Scriptum
Se me permite, José Seguro, traga para a mesa de cabeceira
“O Príncipe” de Maquiavel, leia ou releia e esteja atento aos próximos
“episódios”.
Lacraus… só há dos maus!
Falam de paz… mas sempre com um pé atrás!