terça-feira, 18 de outubro de 2011

Vitalícias mordomias…

Se a Assembleia da República decidir que os antigos titulares de cargos políticos vão escapar ao esforço adicional de austeridade, exigido aos funcionários públicos e pensionistas que ganhem mais de mil euros, escusam os políticos de vir com blá blá blá justificativo, porque não passam de oportunistas que fazem leis em benefício próprio.
Os sacrifícios que temos que fazer (depois de estarem atrás das grades e serem despojados dos seus bens os larápios que nos arrastaram para esta situação) devem ser repartidos por todos na exacta medida das suas posses.
Explicando claramente aos portugueses a forma como seria possível equilibrar as nossas contas e resolver o problema do défice a Oposição tem que votar contra o Orçamento de Estado pelas injustiças e abusos que ele reflecte. Mais este atentado mostra bem o respeito dos políticos por todos aqueles que cumprem as suas obrigações.
Se a oposição não denunciar este “crime” mais vale que arrume a viola e vá tocar tangos para outra rua, porque já bem basta a maneira como essas pensões foram adquiridas, quanto mais dispensá-las de corte… É uma autêntica (falta de) vergonha, própria de um país que vive afastado dos seus problemas suportando uma classe política de “saqueadores” dos bolsos de quem trabalha ou trabalhou para ter uma vida equilibrada e digna.
Não prevejo nem desejo vida longa ao actual Governo! A ânsia de mostrar ao capital especulativo que é “bom menino”, levou-o a ultrapassar a troika a grande velocidade e está a conduzir o Portugal para um “estado de nervos” de imprevisíveis consequências. Vamos certamente viver os dias mais negros depois de Abril… Mesmo assim, espero que o senhor ministro dos impostos recupere daquele ar cansado com que aparece na televisão e que me preocupa, porque não desejo a morte aos meus inimigos.
Está em marcha um ajuste de contas dos “donos”do dinheiro… É o preço que estamos a pagar pela liberdade e pelos erros que cometemos quando escolhemos os nossos representantes, sem cuidarmos se eram pessoas de bem ou falsários! Fizemos uma Revolução, poupámos e perdoámos ao inimigo, depois adormecemos e fomos gastando… Foram aparecendo “profetas” e, quando falhavam as profecias, continuávamos à espera de D. Sebastião…
Acreditámos na bondade do capitalismo, que se foi tornando selvagem até se tornar num monstro. Chegámos a ter a ilusão de que um dia seríamos todos ricos. Muitos de nós convertemo-nos em cigarras, desrespeitando as formigas…
Está, quem sabe, na hora de fazermos outra Revolução, mas desta vez uma “coisa mais a sério”! Onde não haja lugar para corruptos, falsários e cães de fila e que a sede de justiça inunde os nossos corações!
Ai que lindo é… respeitar o Zé!

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