terça-feira, 16 de outubro de 2018

O QUE QUERES SER QUANDO FORES GRANDE?


O QUE QUERES SER QUANDO FORES GRANDE?
Por Celso Neto

Para arejar a alma fui dar uma volta pelo jardim de uma cidade onde frequentemente me desloco. A certa altura senti-me cansado e decidi sentar-me no extremo de um banco onde estavam sentados uma linda mulher e um menino de nove anos, como vim a saber numa breve conversa que tive com ele. Confesso que a minha mira era, também, entabular conversa com a linda senhora, mas como ela se manteve à “margem” fui conversando com o menino que era muito simpático e falador e a determinada altura perguntei-lhe o que queria ser quando fosse grande.
Sem qualquer hesitação, respondeu-me: - Quero ser poderoso!
Tal com eu, a senhora abriu os olhos de espanto e mostrou-me uma “cara de poucos amigos”, pelo que decidi despedir-me cortesmente e continuar o meu passeio.
Já em casa pus-me a meditar na resposta e a tentar descobrir as razões que terão levado aquele menino de nove anos a responder-me assim…

Será que o petiz pensa que os poderosos podem fazer o que bem entenderem e que a justiça só existe para julgar e condenar os mais fracos?
Será que o petiz pensa que os poderosos podem ser corruptos, porque nada lhes acontece?
Será que o petiz pensa que os poderosos podem roubar os milhões que os pobres têm que pagar?
Será que o petiz pensa que os poderosos não têm que prestar contas a ninguém para justificar o seu enriquecimento?
Será que o petiz pensa que os poderosos conseguem sempre contornar a lei a seu favor?
Será que o petiz pensa que os poderosos controlam os Governos?
Será que o petiz pensa que os poderosos obrigam os políticos a fazer o que eles querem?
Será que o petiz pensa que os poderosos nunca vão presos ou se forem têm direito a tratamento VIP
Será que o petiz pensa que os poderosos não morrem?
Será que o petiz pensa que os poderosos podem salvar a Humanidade, se as suas mentes sofrerem uma rotação de cento e oitenta graus?
Será que o petiz pensa que os poderosos podem acabar com a fome e com a guerra?
Se voltar a encontrar o menino… hei de procurar saber!

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