quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Algemas, mas, mas, mas!

Dois reclusos, suspeitos de narcotráfico internacional conseguiram fugir, agredindo os guardas que os acompanhavam numa carrinha celular.
Segundo um testemunho que ouvi, quando liguei a televisão ao acordar, (penso que do senhor director dos serviços prisionais, mas não tenho a certeza, porque não voltei a ouvir tal relato) as algemas que lhes colocaram abriam-se sem chave, como ele próprio havia verificado.
Isto nem parece possível, mas o certo é que foi e isso é de tal maneira grave, que não pode ficar impune! Para não me perder em possíveis interpretações menos abonatórias, direi apenas que o facilitismo e/ou a falta de formação dos senhores agentes envolvidos é confrangedor e que a falta de responsabilidade a alto nível, me parece crime…
A minha prima Micas que é uma brincalhona, quando lhe liguei para lhe dar nota do ocorrido, gritou-me do outro lado: Não me interrompas, porque estou a tentar desvendar um mistério! Já te ligo! … e desligou!
Há minutos ligou-me e disse-me: Vai ao email. Foi de lá que retirei a prosa que se segue:
Meu primo: Num exaustivo exercício intelectual, que até incluiu um brainstorming com a família toda cá de casa, posso garantir-te que as algemas utilizadas nos reclusos que fugiram têm muitas probabilidades de ter sido compradas em saldo, num qualquer outlet de vendas com pequeno defeito, devido aos cortes impostos pelas restrições orçamentais provocadas pela crise… Hipóteses mais estapafúrdicas podem levar-nos a admitir que se tratava de “algemas pulseira” para VIPs, tipo administradores do BPN, por se tratar de personalidades de baixíssimo risco (e valor, digo eu). Também pode tratar-se de “algemas de abertura fácil” tipo super bock mini, para presos acompanhados por agentes já idosos com artrose , ou então “algemas tipo chinês” que só funcionam uma vez! Outra possibilidade é serem “algemas com chave pendurada” para que nunca fique extraviada! Rematava o escrito, dizendo “seja qual tenha sido o tipo de algemas utilizadas, isto é uma anedota e já me fez rir às gargalhadas!”
Confesso que me ri quando li, mas perdi a vontade quando pensei nas algemas utilizadas, num dos dois sindicalistas detidos à porta do senhor primeiro-ministro, quando exerciam o seu direito de manifestação e indignação…
Essas, pelos vistos não eram “algemas de brincar”, eram de qualidade e funcionaram sem falhas, porque “agitadores sindicalistas”merecem ”algemas à séria” … São pessoas altamente perigosas para a segurança das ruas e do próprio Estado “a que chegámos”!
Senhor ministro: Demita-se!

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