domingo, 23 de março de 2014

Aos senhores do mundo

Que nojo, que mau cheiro
Exala o dinheiro
Dos especuladores
E dos seus lacaios servidores!
Dos corruptos criminosos
Dos mafiosos
Dos novos-ricos comissionistas
Que enriquecem sem dar nas vistas...

Todos gostávamos de ter uns cobres
Mas não vale esmagar as crianças, os velhos e os pobres

Que morram os políticos aldrabões
Para quem a palavra não vale dois tostões!
Que morram todos os impostores
Que se disfarçam de honrados senhores!

Todos gostávamos de ter uns cobres
Mas não vale esmagar as crianças, os velhos e os pobres!

Senhores do mundo: - metam na cachola
Que um dia vão vergar a mola!
O Povo não permite tantos maus tratos
Um dia a vossa lógica será feita em farrapos!

Todos gostávamos de ter uns cobres
Mas não vale esmagar as crianças, os velhos e os pobres!

Lobos maus, esfomeados
Do sangue e do suor dos desgraçados
Malfeitores
Reles impostores
Espoliadores dos trabalhadores
E dos reformados!

Todos gostávamos de ter uns cobres
Mas não vale esmagar as crianças, os velhos e os pobres!

Oh que magnífico seria ver-vos arrependidos
Pelo remorso corroídos
Borrados de medo
A confessar o vosso “segredo”
A pedir perdão
Por terdes aniquilado a Nação!
E num julgamento
Isento
Serdes condenados à perpétua prisão!
Pelos males que bem sabeis
Indignos, bárbaros, cruéis

Todos gostávamos de ter uns cobres
Mas não vale esmagar as crianças, os velhos e os pobres!

Safados, sem vergonha
De mente medonha
Para quem a nossa tragédia
É a vossa comédia!
Que Deus escreva direito por linhas tortas
E que o inferno vos abra as portas
Mas é tanta a injustiça e tal a bandalheira
Que eu duvido que o satanás vos queira!

Todos gostávamos de ter uns cobres
Mas não vale esmagar as crianças, os velhos e os pobres!

Que a vossa hipocrisia vire o bico ao prego
É o meu sonho, não o nego!
Que a Justiça divina seja breve
E que a terra vos seja leve
Mas bem calcada pelo Zé Povo
Cheio de coragem e sangue novo!

Todos gostávamos de ter uns cobres
Mas não vale esmagar as crianças, os velhos e os pobres!

Desejo-vos todo o mal do mundo
Bem cá do fundo
Se o merecer, que Deus me castigue
Mas isto parece-me o tempo da PIDE
Trabalhar, trabalhar, trabalhar...
Calar, calar, calar...
Fadar, fadar, fadar
Fatimar, fatimar, fatimar...
Futebolar, futebolar, futebolar
Roubam-nos direitos, salários e pensões
Já quase só falta arrancar-nos os c...

Todos gostávamos de ter uns cobres
Mas não vale esmagar as crianças, os velhos e os pobres

Triste será o vosso Destino
Quando Portugal se puser “a pino”
Quereis impor-nos a escravidão...
A minha resposta é não, não e não!




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