segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A segurança dos recolhedores do lixo…

Enquanto seguia atrás de um camião de recolha de lixo dei comigo a pensar no que pode acontecer aqueles dois cidadãos que, na retaguarda do referido camião, viajam sem qualquer protecção que evite a sua queda, que pode ser provocada por múltiplos motivos que não vou enumerar…

Se comparamos a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança dentro das povoações com a “legalidade” que permite que estes honrosos e dignos seres humanos sejam obrigados a viajar naquelas condições, facilmente nos apercebemos do grau de importância que os nossos governantes, a todos os níveis, atribuem às vidas destes cidadãos que, diariamente, evitam que as nossas cidades, vilas e aldeias se transformem em lixeiras… Zero! (digo eu)

Sinceramente não sei se há legislação respeitante a este assunto, mas sei que as condições em que viajam estes cidadãos são, no mínimo, deprimentes… completamente inseguras. O avanço tecnológico que permite, por exemplo lançar mísseis a partir de um avião supersónico contra outro da mesma natureza, com absoluta precisão, ainda não foi capaz de encontrar uma solução para que aqueles homens trabalhem com um mínimo de segurança !!!

Como eu gostava de ver, por um dia que fosse, os usufruidores dos popós pagos por nós, deslocarem-se naquelas condições para os passeios, inaugurações, festas, festivais e locais de” magicação” onde articulam as formas de nos sugar até ao tutano…
Teria, para mim gozo extra, se tal ocorresse em dias de chuva, frio e vento, em estradas cheias de buracos (como as das nossas aldeias) que lhes pregassem sustos tais que um feijão-frade fosse grande para lhes tapar os rabinhos).
Estou certo que, em poucas horas, encontrariam um solução para o caso, mas como isso não vai acontecer, os homens/mulheres do lixo vão ter que continuar a trabalhar, em alto risco e desconforto, até porque o seguro por morte e invalidez, não há-de ser muito caro.

Abençoado País onde tudo está por um triz e o Povo muito faz e nada diz…
Estamos a ficar aptos para mentecaptos!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Quo vadis Rua Direita?

Tristeza e revolta são as palavras que melhor definem o que sinto relativamente ao que se passa na Rua Direita, que é um ex- libris da nossa cidade de Viseu.
Graças ao desleixo /irresponsabilidade dos sucessivos “poderes”, eleitos e nomeados, tem vindo a transformar-se num ponto negro, que nos envergonha a todos e prejudica severamente a imagem de Viseu, especificamente da sua zona histórica.
Que imagem levam para as suas terras e para os seus países os turistas que nos visitam?
Que futuro está reservado para o pequeno comércio tradicional, próprio dos centros históricos, que teimosamente ali resiste?
O que andam a fazer o Governo Central, os Deputados da Nação, o Governo Civil e a Câmara? É para fecharem os olhos que lhes pagamos os chorudos vencimentos e mordomias todos os meses?
Quem é o responsável pela ordem pública da cidade? Quem deve zelar pela nossa segurança?
A quem compete evitar e combater a criminalidade?
Com tantas Instituições, Organizações, Fundações e tantos Pimpões que vivem à custa do erário público, ninguém vê que aquela gente de todas as idades, mas principalmente as crianças, precisam de apoio a todos os níveis?
Ninguém se apercebe que a prostituição, na sua face mais degradante, se instalou e a droga circula “impunemente” e que isso afasta o cidadão comum de viver ou passar por ali?
É assim que os poderes instituídos tratam uma zona carregadinha de história da nossa cidade?
Ninguém enxerga que está ali a nascer um gueto de consequências previsivelmente muito nefastas para a cidade?
Em que são gastos os milhões canalizados para a prevenção e tratamento dos toxicodependentes?
As pessoas que ali vivem e permanecem têm os mesmos direitos e deveres que todas as outras. Há ali crianças e jovens a quem estamos a comprometer irremediavelmente o futuro! Não podemos continuar a fechar os olhos a um problema gigantesco da nossa cidade, que se agrava dia a dia!
Para que existem as autoridades? Será que elas já consideram que aquilo é um problema sem solução?
Tenho acompanhado a “evolução da Rua Direita” e constato que o problema se agrava dia a dia… Se a situação continuar a não merecer o mínimo de atenção por parte das autoridades, a curto prazo, poucas serão as pessoas que ousem atravessar a Rua Direita, devido à falta de segurança e às deprimentes “cenas” que somos obrigados a presenciar.
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Alguém me disse que ali se trafica droga às claras e se assim é, as autoridades não podem fechar os olhos… O narcotráfico não é proibido em Portugal? Vivemos num Estado de Direito ou numa república das bananas?
Estão à espera que as coisas tomem uma dimensão tal que aquela zona histórica se transforme num gueto impenetrável?

Pouco a pouco as casas vão sendo abandonadas ficando disponíveis para que a degradação continue… enquanto nós, comodamente, evitamos passar por ali e os poderes, a todos os níveis, sacodem a água do capote e fingem ignorar. Crime, digo eu!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mo(n)ção de censura

Tal como nas monções em que o sentido dos ventos se inverte sazonalmente, também na Assembleia da República os senhores deputados mais parecem vento do que gente inteligente e responsável. S. Bento transformou-se na Casa da Comédia, demasiadas vezes trágica…
Francisco Louçã, cómico de nascença e trágico por opção quis dar o mote das mo(n)ções 2011 e decidiu fazer precisamente o contrário daquilo que pouco tempo antes tinha afirmado com solenidade ao anunciar a apresentação de uma moção de censura, cujos efeitos práticos, até agora, foram dois pedidos de demissão da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda.
Ao que tudo indica Louçã decidiu tirar meças de ditador com José Sócrates e parece que o resultado foi empate técnico.
Há quem diga que esta moção de censura foi uma tentativa de retirar protagonismo ao Partido Comunista, mas o que me parece é que se tratou de uma diarreiazinha de Louçã, que quis dar uma de valente, convencido que a direita iria a seu reboque, como aconteceu em “ vice-versa” ainda recente.
Esta mo(n)cão de Louça teve, no entanto, o mérito de desmascarar a hipocrisia do PP e do PSD que, qual aves de rapina, esperam o momento ideal para se chegarem à frente e devorar a sua presa…
Neste momento a política da Oposição é: -quanto pior melhor! O País que se lixe!
Em vez de lutarem pelo bem comum, tentam desacreditar-nos ao máximo, interna e internacionalmente, para que a situação se deteriore cada vez mais, para que a sua teoria vingue e surjam como salvadores numa altura em que possam fazer o que entenderem e sacudir a água do capote.
Esta mo(n)ção serviu também para dar um fôlego novo a Sócrates e ao seu Governo, ao contrário do que seria o objectivo da mo(n)ção. Ajudou ainda o PC a retocar a sua imagem de credibilidade, que certamente vai potenciar nas suas “moções de rua” que já não são o que eram e necessitam de criatividade e bom senso para que o feitiço não se vire contra o feiticeiro.
Em suma: este espirro do BE beneficiou todos, menos ele próprio. É certo que nos deu a conhecer a “papalvice” dos nossos responsáveis políticos, que só algum tempo depois deram conta que tudo não passava de um anúncio de moção, que até pode não vir a concretizar-se. As horas de tempo que perderam em análises e que conduziram aos resultados que se conhecem de nada valeram, tendo como único aspecto positivo o facto de, não ocuparem esse tempo, a fazer coisas bem piores. Direi que se tratou de uma inutilidade não gravosa internamente, porque já estamos habituados ao circo, Em termos internacionais, reavivou o nosso estatuto de brincalhões… constituindo essa realidade a parte negativa da actividade política das últimas semanas.
Com um mau Governo e a Oposição a puxar para baixo, dificilmente levantamos voo. Com um mau governo e uma oposição de m, como a que temos, enterramo-nos no pântano.
Só vejo uma solução para sair da crise: Um governo PS que encoste às boxes as “aves”e passe a agir com base em princípios e compromissos, sem medo de perder o “poleiro”.
Em minha opinião, o perfil de Sócrates não “corresponde”!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Morrer esquecido…

Somos um dos países mais envelhecidos do mundo, mas continuamos a agir sem consciência dos problemas que isso acarreta. Os velhos cidadãos comuns não contam para o totobola e a sua solidão e o seu sofrimento passam despercebidos e são praticamente ignorados.
Os vários Poderes instituídos, geridos, em boa parte, por reformados de luxo, que já deviam estar a cuidar das suas vidinhas e não a (des)cuidar das nossas, parecem ignorar esta realidade, certamente considerando que somos um país envelhecido, não por termos falta de jovens, a quem matam a esperança, mas sim porque estamos a durar demais… Claro que os velhos nos dias de hoje vivem melhor do que viviam nos tempos bíblicos em que eram abandonados no monte, mas daí até podermos dizer que os nossos velhos são bem tratados vai uma grande diferença…
Nos últimos dias tivemos conhecimento de algumas mortes de pessoas idosas que viviam sozinhas, em situações que nos deviam encher de vergonha, particularmente às autoridades e às famílias… São casos arrepiantes de desleixo, a rondar o crime. O caso da senhora que esteve 9 anos morta dentro de casa (e que vai “ficar em águas de bacalhau”) é a vergonha, o ridículo, a infeliz anedota das autoridades deste nosso Portugal. É também um caso chocante de irresponsabilidade familiar, uma falha gravíssima ao seu dever de vigilância. Para mim um crime!
Independentemente da responsabilidade dos poderes instituídos e dos familiares (que não podemos deixar passar em branco) cada um de nós, quando vive só e sente que está a envelhecer, deve continuar a lutar pela vida contrariando a tendência de ficar cada vez menos comunicativo e fechar-se na sua carapaça… O Poder Local (fértil em Municípios e Juntas de Freguesia) assim como os Governos Civis (depósito de cartas de condução apreendidas e pouco mais) têm mais que obrigação de ter uma base de dados das pessoas (pelo menos das mais idosas) que vivem sós e estar atento ao que se passa com elas.
Morrer esquecido talvez seja a pior coisa deste mundo, porque significa que terminámos sozinhos o nosso percurso, isolados, em completa solidão.
Renovar o conceito de família, sem partir do pressuposto de que ela é uma instituição caduca, é necessário e urgente
Retirar os velhos das suas casas separando-os das suas raízes familiares é algo que só devia acontecer em casos extremos, mas infelizmente está a transformar-se numa prática corriqueira. É por isso que me apetece gritar quando me dizem que os lares residenciais são um negócio em expansão…
Se a actual mentalidade relativamente aos velhos continuar no mesmo rumo, daqui por uns anos, um velho é algo semelhante a pouco mais que coisa nenhuma e morrer esquecido é algo parecido!
Neste “país de tarot” a abarrotar de ilusionistas, médiuns, bruxos, larápios, judas, alquimistas, doutores, mágicos, figurões e fariseus… o que podes fazer, meu Deus?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

CUSPIDELOMANIA…

Não faço ideia quanto poderá vir a valer uma cuspidela de Messi ou Ronaldo para a relva dos estádios, em directo e com ampliação de imagem e resolução, mas de uma coisa tenho a certeza: Cuspir para os relvados ou para o chão é um comportamento nojento, direi mesmo selvagem, nos nossos dias e na nossa cultura.
Ainda ninguém se lembrou de organizar um “campeonato de bisgas” entre estrelas do futebol mundial, mas se as televisões continuarem a brindar-nos com aquelas nojentas cuspidelas dos famosos, temo que algum empresário mais ousado se lembre de propor a realização de um tal evento, apadrinhado por Messi que considero ser também um dos melhores do mundo na modalidade de cuspir. Para este e outros “génios do pé” ser porco é a coisa mais natural do mundo, se é que não é um motivo de orgulho para quem com seus milhões esmaga a pequenez do comum dos mortais.
Não sei o que se pode fazer relativamente a esta selvajaria, pois não faltarão razões “científicas” que justifiquem que uma estrela não possa explanar os seus dons com uma bisga atravessada na garganta; a única coisa que sei é que aquilo me enjoa…a mim e a muito boa gente, que por não ser estrela tem que reduzir-se à sua insignificância e suportar aquela porquice …
Fruto de algum conhecimento que tenho do assunto, proponho que os modernos treinadores passem a incluir sistematicamente nos treinos uma componente higiénica, habituando aquelas “cabecinhas leves” a não terem nojo de si próprios e sempre que necessitem de se livrar das suas excreções o façam para dentro ou então que as depositem num lencinho, trazido num bolsinho dos calções. O triste espectáculo também muito vulgar de tapar uma narina e “zás” passaria, também, a deixar de existir, contribuindo-se desta forma para que as nossas crianças, que vêem num desses “pigboys” o seu ídolo, o passassem a considerar aquilo que realmente é: um lamentável mau exemplo!
Proponho à FPF que aplique pesadas multas aos conspurcardores dos relvados. Proponho também aos cameramen que não filmem os meninos a cuspir, porque isso não é relevante para o espectáculo desportivo.
Aos propriamente ditos proponho que estudem as elementares regras de higiene..
Tenham vergonha seus porcos!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O cultivo do disparate

Os milhões de euros gastos na remodelação de escolas onde recentemente se tinham feito avultadas intervenções de modernização, parecem-me um perfeito disparate, provocado pela falta de planeamento e de um projecto para a Escola Pública. No país que temos os senhores do governo entretêm-se a desbaratar dinheiro dos contribuintes, para cumprimento do seu “desígnio” estúpido de criar mega Agrupamentos, autênticos desertos pedagógicos, onde não se vislumbra nenhuma utilidade prática. Às vezes sinto um impulso de considerar que muitos milhões gastos (em avultados ajustes directos) não serão totalmente alheios a clientelismos políticos, mas logo esbarro na seriedade dos nossos políticos e sou levado a pensar que se trata apenas de tremendos erros… Com algumas aberrações à mistura é, contudo, verdade que o parque escolar se modernizou, mas gostava que alguém me dissesse o que melhorou na Escola relativamente a resultados escolares e educativos, clima relacional e organizacional, rentabilização de recursos humanos e materiais, participação e envolvimento da comunidade, motivação e auto estima dos actores, para citar apenas alguns parâmetros que medem a qualidade da Escola.
A Escola dos nossos dias transformou-se numa máquina burocrática que faz com que os professores ocupem uma parte ínfima do seu tempo a preparar e dar aulas de qualidade, obrigados a optar pela falta de rigor e exigência para poderem competir com as “novas oportunidades”.
As senhoras ministras, a actual e a que a antecedeu (cujos nomes não pronuncio, porque sinto náuseas ao faze-lo), enveredaram por um caminho que provocou e vai continuar a provocar danos irreparáveis no nosso Sistema de Ensino. Militantes de um facilitismo herdado de quem subiu os degraus culturais de uma forma enviesada e à pressa, com contornos que rondam a falsificação, decidiram apontar baterias contra os professores, talvez em jeito de vingança pelo facto de, quase de certeza, não terem passado de estudantes medíocres antes de pisarem os degraus universitários, altura em que pelos vistos desabrocharam…
Nas escolas vive-se hoje, um clima irrespirável que deixa os professores angustiados, desmotivados e tristes. Nada que facilite o processo de ensino/aprendizagem, mas próprio de quem elegeu os professores como inimigo público nº1.
Em vez da lei do cassetete, da pedagogia do medo e das estratégias ditatoriais, a senhora ministra da Educação devia saber que em democracia é preciso decidir depois de analisar o contexto e nunca por imperativo emocional…. A Escola é uma Instituição demasiado séria e importante para se continuar a “brincar às experiências” com modelos copiados de outros países, muitas vezes já em fase de abandono.
Para escolher um caminho é preciso conhecer vários e o que me parece é que as duas últimas ministras caíram de paraquedas, em terreno desconhecido, a tentar orientar-se pela bússola… Entraram a “desbravar”, como de um terreno inculto se tratasse, num jardim onde abunda o perfume de flores lindas em canteiros de rara beleza. Do alto da sua arrogância ousaram pisar veludo, calçadas de tamancos!
Se avaliassem o desempenho de muitos dos senhores políticos de topo com a “lupa” que eles pretendem utilizar para os professores, duvido que algum conseguisse ter suficiente. Quando muito seriam integrados num grupo NEE (necessidades educativas especiais) e com um pouquinho de sorte ingressariam num curso tecnológico de Artes Circenses que concluiriam com êxito, exibindo diplomas de contorcionistas, malabaristas e Pinóquios.
Estão por avaliar os efeitos do stress provocado por tanta “jumentice ministerial”, mas não me admirarei se dispararem as consultas, as baixas e os pedidos de reforma, com as negativas consequências para as famílias, os alunos e, obviamente, os professores.
Chegou a altura de dizer basta e ficar indisponível para aturar os delírios dessa cambada de incompetentes que conduziram o país ao estado em que hoje se encontra. Os Partidos têm que ser criteriosos na escolha dos seus líderes e não ir atrás do primeiro bem-falante, bem vestido e bem calçado. (Aos candidatos a líderes deve ser feito, em primeiro lugar, o teste do miolo e analisado o seu passado)
A Escola Pública, que é talvez a única Instituição onde não acontecem escândalos financeiros, está a ser muito maltratada. É urgente correr com esta gente!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Violência doméstica

O número de vítimas mortais resultantes de violência doméstica (40 em 2004, 34 em 2005, 36 em 2006, 22 em 2007, 46 em 2008, 29 em 2009, 43 em 2010) leva-nos a concluir que a dimensão do fenómeno é deveras preocupante e subsiste na sociedade portuguesa apesar das medidas administrativas e legais criadas nos últimos anos.
As estratégias encontradas para minorar esta chaga social estão longe de poderem ser consideradas frutuosas, sendo legítimo perguntar o que anda a fazer essa “enormidade” de gente implicada em projectos, comissões, grupos de trabalho, núcleos… para já não falar das autoridades – GNR e PSP- em cujos postos e esquadras existem salas de apoio às vítimas.
Penso que não vai tardar muito que as vítimas mortais comecem a ser homens, a avaliar por alguns “cenários” que começam a ser do conhecimento público. Pode ser que, nessa altura, alguns ouvidos se afinem, alguns olhos se apurem e algumas bocas se abram. Pessoalmente temo que aconteça com a violência doméstica algo semelhante ao que aconteceu com o tabaco, o que tornará as coisas ainda mais complicadas. Oxalá não aconteça, porque a solução é as mulheres começarem a matar os homens!
Tem que ser posto um ponto final na barbárie de matar e ficar impune (ou muito perto disso). Quarenta mulheres, em média, mortas em contexto conjugal é um número preocupante, que nos envergonha a todos, mas a grande fatia de responsabilidade recai sobre quem devia tratar convenientemente deste e de outros assuntos e não trata: Governo, Justiça e Autoridades de Segurança.
Não é suficiente dizer às mulheres que denunciem os agressores e incentivá-las para virem para a rua agitar bandeiras… é preciso proteger as vítimas de violência, defendendo-as dos seus carrascos, que devem ser severamente punidos e não postos em liberdade passados uns meses ou nem sequer julgados. A proliferação dos crimes deve-se em boa parte à “hipocrisia do deixa andar que não é nada connosco”
Quando desaparecerem alguns “contornos” com os quais se tenta desvalorizar a gravidade de um homicídio, seja em que circunstâncias for (exceptuando legítima defesa) e se assumir de uma vez por todas que matar é crime maior que deve ser punido com pena máxima, tenho a certeza que todos pensariam, pelo menos cinco vezes, antes de o fazer... (as mais que suficientes para que possa ser considerado premeditado)
Enquanto continuarmos a jogar à cabra cega e a assobiar para o lado, fingindo que não nos diz respeito o que se passa à nossa volta, o mundo girará ao sabor do mais forte e do mais violento… e se o crime compensar, (como parece acontecer em Portugal, serão cada vez em maior número os seus praticantes.
Quanto mais metermos a cabeça na areia, maior será a factura no futuro. Com paninhos quentes perante o crime violento, ainda vamos regredir ao tempo dos cowboys, com as mulheres, também, de pistola à cintura!
Ah, já me esquecia! A propósito dos projectos e processos de recuperação dos autores dos crimes de violência doméstica (e não só) apenas acredito numa forma de recuperar os criminosos: Trabalho humanizado, mas durinho e sistemático, durante todo o cumprimento da pena. O resto, para mim, é conversa fiada, num negócio em que, em média, os pobres até no morrer levam dez anos de dianteira!
Um qualquer criminoso (pobre, remediado rico ou magnata) não pode ser confundido com um cidadão no pleno uso dos seus direitos. Tem que ressarcir a sociedade pelos danos causados.
Continuo a magicar na dúvida herdada do meu querido avô, que quando se discutiam estas questões “de morte”, pedia autorização para um retrocesso intelectual e dizia: Quem mata por querer não devia, mas é… morrer?

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Agarrados ao fundo do tacho…

Confesso que Jorge Lacão é uma pessoa de que me irrita solenemente, mas desta vez dou-lhe razão. Para a nossa dimensão temos deputados em excesso. Muitos deles limitam-se a levantar o braço nas votações e a ocupar os seus lugares nas cadeiras. Ninguém lhes conhece a voz e não vejo deles outra necessidade que não seja para “disfarçar” a escandaleira dos muitos “faltistas” aos trabalhos, por estarem envolvidos em outras actividades bem mais interessantes, quiçá mais importantes para o país, como sejam viagens e outros assuntos de Estado…
Se Lação tivesse dito que há demasiados ministérios e gente a mais a “trabalhar”neles, teria sido ainda mais verdadeiro e merecedor do meu aplauso, mas, talvez por ser ministro, não se apercebeu dessa realidade…
Se ousasse dizer que a máquina de serviços, entidades e empresas que consomem o dinheiro dos nossos impostos é largamente excessiva, teria acertado em cheio, mas se calhar dizer isso seria suicídio político, numa altura em que não é fácil arranjar emprego, mesmo para trabalhar no duro, quanto mais para trabalhinho leve e muito bem remunerado…
A sua declaração, sabe-se lá com que finalidade, (os políticos não dão ponto sem nó) valeu pelo menos para agitar as águas, que logo acalmaram, pois nenhum daqueles senhores que senta o rabinho naquelas cadeiras está interessado em diminuir o que quer que seja (a não ser os nosso salários e reformas) porque eles sabem que defendendo isso estavam a cavar a sua própria sepultura…. Preferem continuar agarrados ao fundo do tacho para não comprometerem o seu futuro nem a engrenagem que salvaguarda e recompensa os YESses deste lindo País à beira mar plantado, mas tão maltratado e abandonado, que até parece Fado…
Há uma forte probabilidade de tudo não passar de uma manobra de diversão em tempo de crise, de bibis, de escutas, de ocultismo e de histórias mal contadas que envolvem a nossa nata política… Seja como for, o mote está dado…
Ficamos todos a aguardar por um naco de bom senso da nossa classe política, antes que caia no descrédito absoluto, que “justifique” a vinda de um salvador, como já se vai ouvindo por aí.
Puxem dos galões, excelências, e mostrem-nos que são capazes de fazer outras coisas sem ser ficarem agarrados ao fundo da panela!
Se Lação não fosse advogado eu até diria que estava a mentir com quantos dentinhos tem na boquinha, mas assim sou obrigado a acreditar que foi sincero, porque sei que os advogados só muito, muito, muito raramente arriscam uma inverdade…
Valha-nos o Criador! Não havia necessidade de mais esta novela!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Os cócós dos caninos cucus…

Enquanto passeava, distraidamente, por uma das ruas da nossa bela cidade senti algo escorregadio e mole debaixo do sapato, ainda fumegante, que me ia provocando uma aparatosa queda, cujas consequências não consigo prever… (digo aparatosa, porque andei a “bailar” para não cair)
Reparei então que à minha frente seguia uma linda donzela de idade indefinida, fruto de uma maquilhagem cuidada segurando pela trela um nédio canino de razoável porte, de raça de que não sei o nome, porque só gosto de” rafeiros” que vivem em liberdade… Ao que tudo indica, tal como tantas outras pessoas trouxe o animal à rua para que fizesse as suas necessidades, que em casa, pelos vistos, provocavam incómodo, apesar do muito carinho e afeição que todos, certamente, sentem pelo fiel amigo da família, muitas vezes mais bem tratado que os pais ou avós….
Não sei se é possível ensinar todos os cães a ir à sanita, (muitos vão lá todos os dias) mas parece-me que isso não será muito difícil. Na eventualidade daquela donzela defecar em sanita de oiro a que o cão pode ser alérgico, tinha sido óptimo que tivesse colocado uma fraldinha no animal ou então ter vindo munida de uma simples tenaz, uma pazinha e uma vassourinha para limpar o “resultado sólido” do alívio canino. No caso da referida donzela ter em casa alguém que lhe limpa o rabinho por ter horror ao produto das suas digestões e não estar, portanto, habilitada para esse serviço, devia ter-se feito acompanhar do(a) “limpador(a)”porque um qualquer cidadão não pode estar sujeito a pisar um poio de um cão de luxo pertencente a um “pedigreepado” qualquer.
As damas e os cavalheiros que trazem os cães para a rua sem tomarem as devidas precauções, de respeito pelo ambiente e de elementar higiene e para que não aconteça o que me aconteceu a mim, deviam ser condenados a cheirar-lhes os rabinhos três vezes ao dia durante toda a vida, pois se eles têm direito (não sei se têm) a ter um cãozinho fechado em casa que só vem à rua para se “aliviar”, todos temos o direito de passear pelas ruas sem “tropeçar” na “troféu” do cão e na falta de civismo (imundice) do dono.
Minhas queridinhas e meus queridinhos: Tirem os fatinhos, as gravatinhas, as meias e os sapatinhos aos cãezinhos e ponham-lhes uma fralda ou sejam portadores dos apetrechos necessários para limpar os cocós, quando os trouxerem à rua.
Façam lá isso. Nós merecemos e a cidade também!