segunda-feira, 5 de julho de 2010

Vamos a banhos…

Antes que o País morra, devido à “medicação” que os nossos “cirurgiões” eleitos e nomeados prescreveram para a saída da crise, muitos portugueses estão a aproveitar para ir de férias, (cá dentro e fora), alguns carregando o “fantasma” de que poderá ser a última oportunidade de o fazerem nos próximos anos.
Os indicadores são pouco animadores, com o nosso primeiro-ministro a queixar-se de ser o único a puxar à “carroça”, Cavaco a dizer que estamos numa situação insustentável e Passos Coelho a dizer “coisa nenhuma”, que não sejam ideias soltas para serem inscritas num “compêndio de hipocrisia”, que mais tarde ou mais cedo o povo vai acabar por “adoptar”, mesmo sabendo que no minuto seguinte se vai arrepender. (Muitas vezes o voto funciona como uma “vingançazinha” por termos sido enganado por aqueles em quem acreditámos.)

O pouco que sei de economia e finanças diz-me que se continuarmos neste caminho, poderemos não morrer da doença, mas muito provavelmente morreremos da cura.
Gostaria que alguém me explicasse como é que Portugal vai sair da crise, quando não se descortina o combate às suas verdadeiras causas (estado da justiça, corrupção, falta de planeamento, despesismo…) e onde o desemprego coloca em sérias dificuldades meio milhão de pessoas activas, com mais de 20% da nossa juventude qualificada na “prateleira” …
É preciso ter coragem para tomar medidas de curto, médio e longo prazo, que recoloquem Portugal no Mundo e permitam recriar o SONHO.
Parece-me, sinceramente, que com estas medidas não vamos a lado nenhum.
Queremos ser carne e peixe ao mesmo tempo (ser democratas e, simultaneamente, ditadores); queremos uma determinada coisa , mas também a contrária, (golden share na PT), queremos agradar a Gregos e a Troianos (políticas sociais), queremos sol na eira e chuva no nabal (SCUT), queremos o milagre de poupar sem cortar na despesa, queremos tudo hoje, mas amanhã já não queremos nada…

Mas nem tudo é mau, felizmente! Há alguns indicadores que nos animam… Não tenho conhecimento de nenhum filho de ministro, secretário, subsecretário, sus, sub sus, sub que esteja desempregado. Existem bons apoios para algumas empresas e também me consta que a Justiça por vezes funciona a bom ritmo. Há muita coisa boa em Portugal, o problema é que, na hora da verdade, uns são mais portugueses do que outros.

Não tenho grandes motivos para acreditar que a crise está a contribuir para que no nosso País se “construa” uma nova mentalidade, designadamente nas elites e, é pena, pois com bons exemplos , há muita gente disponível para ser o ombro…
É claro que não se pode confundir trabalho com conhaque, mas a Justiça nunca poderá ser confundida com conversa da treta!
O dinheiro nunca pode ser “o Deus que nos governa” … e os que acumularam riqueza que não justificam, não podem ser confundidos com profetas…
Temos que acreditar num mundo novo e não nos deixarmos morrer da cura!
Aproveitemos as férias para pensar na nossa vida e no nosso futuro colectivo!

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