segunda-feira, 26 de julho de 2010

ME(rd)GA…

Apesar da nossa pequena dimensão somos um País de MEGAS. Depois dos mega -superfícies, das mega - esquadras, das mega -fraudes, dos mega -corruptos e de outras merdgas similares, chegou a vez dos mega - agrupamentos de escolas. Segundo parece podem pertencer a cada agrupamento até 3.000 alunos, mas sabendo nós da flexibilidade do ME relativamente às questões pedagógicas, não me admira que dentro em breve tenhamos um zeloso Director a gerir “desertos pedagógicos” de 5.000 crianças e jovens dos 3 aos 18 anos…
Apetece-me perguntar à srª ministra como é que, numa escola com tantos “defeitos” ela aprendeu a ler, a escrever e a contar e mais tarde conseguiu articular estes saberes para se tornar ministra…
A avaliar pelo que tem vindo a ser feito (que está a ser abandonado por outros países) o nosso sistema de ensino era mesmo muito fraquinho. Se não fossem estes “novos iluminados” que nos últimos anos têm abandonado todas as (muitas) experiências pedagógicas e administrativas, (algumas da sua própria autoria) Portugal estava em maus lençóis. Graças ao seu arrojado esforço e competência conseguimos estar no honroso lugar da cauda europeia…

Será demasiado uma escola de 500 alunos ter um director e uma gestão, que acompanhe de perto a vida da escola e resolva, em tempo pedagógico útil, os problemas diários?

Considero as justificações encontradas para a implementação dos mega agrupamentos muito semelhantes àquelas que Bush e Blair encontraram para invadir o Iraque e iniciar a guerra sangrenta que muito lamento: Invadiu-se o Iraque para servir muitos e variados interesses menos o interesse do Povo Iraquiano. Também os mega agrupamentos servem muitos e variados interesses menos aquele que deviam: o Interesse dos alunos!
O sonambulismo cívico dos portugueses é preocupante nesta e noutras matérias. Diariamente são feitos ferozes ataques aos princípios democráticos que Abril de 1974 nos trouxe e nós, impávidos e serenos, entretemo-nos a ver a banda passar
Alguém anda a investir na desvalorização da escola pública através da criação de uma conflitualidade permanente em que os alunos regressam à condição de números. Nesta selva, quem é que está preocupado em saber quem é o 30 do 9º A ou o 35 das “novas oportunidades”?!

Muitos dos novos directores dizem discordar do processo, mas (hipocritamente) aceitam o cargo… (é bom demais para perder!) Com um ar de enfado, aceitam entrar no comboio que viaja em marcha atrás, na procura do próximo “apeadeiro”…

Ainda ninguém se lembrou (para poupar dinheiro) de fechar as escolas todas e optar pelo ensino à distância? Poupava-se em tudo e quase não eram necessários professores… Os dispensados iam para a reforma com penalização e entretinham-se a tocar saladas frias de bacalhau… enquanto o senhor Presidente, os senhores governantes, os senhores deputados e seus séquitos não sujeitarem tal actividade ao pagamento de impostos…
…e o polvo não se engana sobre a pérola que vai comer.
…e o povo acredita!

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