domingo, 9 de maio de 2021

QUANDO DECIDIMOS MUDAR

 

 

QUANDO DECIDIMOS MUDAR

Por Celso Neto

 

Pintei os meus sonhos mais bonitos

Com cores vivas de esperança

Baixei o tom dos meus gritos

Aveludei os passos da minha “dança” …

Convidei a paz para me visitar

Saboreei a vontade de um novo começar

Deixei-me cegar pelo brilho das estrelas

E agora, cada vez me dá mais prazer vê-las…

 

Ponderei os contras e os de prós de uma vida nova

Mesmo com os pés já voltados para a cova…

Desafiei a imensidão do infinito

Com palavras obscenas que não repito…

Perfumei-me com jasmim dos poetas

Insultei os adivinhos e os profetas

E os que nos amedrontam com Deus e o diabo

E não nos deixam sentir felizes, porque é pecado!

 

Rejeitei os que dizem que o nosso destino é sofrer

Para alcançar a Glória na hora de morrer…

Recusei aderir aos libertinos

Condenei corruptos, ladrões e assassinos

Quando voltei com o pincel à minha tela

Pintei tudo com água e fui-me a ela…

e rasguei-a!

Porque já não era “aquela” a minha ideia!

 

Vieram-me à mente os imemoriais Arquitetos

E decidi “repintar” apenas os afetos …

Numa “tela” sem princípio nem fim

Descobri “a insignificância de mim!”

Transformei o Universo e a nossa Natureza

No expoente máximo da Beleza

E o Caos na sua Ordem perfeita

Numa verdade insuspeita!

 

A quem se considera “importante”

Digo que não passa de um ignorante!

Porque o Universo segue a sua cadência

Independentemente da nossa existência

A Terra é um pontinho e nós “um nada”

À espera da morte certa e anunciada…

Peço que os donos da miséria e da guerra

Sejam banidos da face da Terra!

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