terça-feira, 7 de agosto de 2018

NINGUÉM PRENDE NINGUÉM?


NINGUÉM PRENDE NINGUÉM?
Por Celso Neto

Na tragédia de Monchique a culpa vai (mais uma vez) morrer solteira?
Quem são os responsáveis por mais esta calamidade?
Em primeiro lugar o Poder Central por continuar a permitir (incentivar?) a plantação de eucaliptos, mas também e especialmente o Poder Local pelo desleixo, incúria e incapacidade em fazer cumprir a Lei e pelo caos provocado pelo “desordenamento florestal” que resulta do facto de aprovar a construção de casas em qualquer sítio, a troco de uns votos familiares…
Depois da tragédia do ano passado, que alguns políticos aproveitaram para se promover, sensato teria sido fazer um forte investimento na prevenção, através da implementação de uma política florestal que impedisse que Portuga se transforme num imenso eucaliptal (ao serviço de grandes interesses celulósicos e não só…
O problema dos eucaliptos, ou melhor, o nosso problema é que no lugar de cada eucalipto que arde nascem uma dúzia, o que torna muito oneroso a sua eliminação e potencia a sua multiplicação sem quaisquer custos)
Em vez de dizer não ao eucalipto e proceder ao ordenamento do território o que vimos foi uma aposta exclusiva no reforço dos meios de combate aos incêndios, que se justifica, mas não pode ser única!
 Sem ordenamento do território e da floresta não há meios que resistam!
Quando o fogo atinge intensidades como as que estamos a assistir só se apaga depois de arder tudo…
A ameaça de incêndios vai existir sempre. É preciso dar-lhe combate, mas sobretudo preveni-la para que não ponha em perigo a segurança dos cidadãos.
Felizmente ainda não há vitimas mortais a lamentar, mas se insistirmos neste paradigma, não vamos ter que esperar muito que voltemos a chorar sobre as lágrimas derramadas…
Não é com os aviões a “mijar” lá de cima e os meios terrestres a “mijar” cá em baixo que os incêndios florestais deixarão de ser um terror permanente!
Será isto tão difícil de ver?

Na sequência do que tenho vindo a afirmar, está na hora de chamar a contas a “realeza”, ou seja os Ex.mos Senhores presidentes de Câmara e de Junta de Freguesia, e prendê-los, se for caso disso… Alguns fingem-se de tal maneira de “virgens sem meios” que, se o assunto não fosse tão sério… só dava mesmo para rir!

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