Pintelho era um galo de raça…rafeiro! Foi adquirido pelo proprietário de um monte alentejano que o trouxe para a ribalta, na altura em que chegavam a Portugal comboios de dinheiro que abarrotaram as arcas de uns quantos (poucos) e transformou o País numa feira de vaidades.
Não foi difícil introduzir o Pintelho nas “sangrentas lutas de galos” clandestinas, características da época. (Andávamos quase todos distraídos na compra de inutilidades às aves de rapina que nos inundaram de “milho”, com gasto predestinado.
Enquanto o País vivia anestesiado, o galo Pintelho foi promovido a D. Pintelho, por se ter afirmado como rei e senhor nas lutas de galos em que participava. A fama granjeada com as vitórias fez dele um herói! O champanhe franciú vertia a rodos para o chão, depois de cada vitória! D. Pintelho e o seu dono viviam dias de felicidade sem par. Houve “apostadores” que ganharam fortunas...
Matreiro como uma raposa, D. Pintelho vencia quase todos os duelos, mesmo aqueles que pareciam irremediavelmente perdidos. Bastava uma troca de olhar com o boss para que fosse buscar energias à ponta das unhas, com que dilacerava os adversários. Por vezes era “demasiado sanguinário” e levava umas reprimendas, mas era tudo a fingir, para Inglês ver.
A vida “underground”, de fausto e luxo era um verdadeiro “laisser faire, laisser passer”…
um autêntico regabofe!
Mas… como não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe, certo dia D. Pintelho foi trocado “em hasta pública” e desapareceu do mapa mediático, substituído por outros galos de crista bem vermelha, mas que vieram a revelar-se com falta de pedigree.
As luzes da ribalta apagaram-se para D. Pintelho! Da sua actividade durante esse período, sei apenas que mudou de dono várias vezes, até ser comprado por um traficante de influências, por uma avultada quantia (paga com notas falsas), que agitou fortemente as “águas” e quase provocou um crash bolsista no mercado dos galos.
Para surpresa minha e provavelmente de muitos outros, certo dia reapareceu como se fosse D. Sebastião e mais importante do que isso, regressou às lutas e às vitórias!
Foi seleccionado para o Simpósio Mundial “Como abrir as portas em passo fantasma” e para representar todos os corococós de alta competição no “Troféu da Morte” que é luta de galos do “mato ou morro”(se o perigo está no mato, fogem para o morro, se o perigo está no morro, fogem para o mato).
Foi assim que atingiu altíssima cotação, exclusiva dos “puro sangue”. Adquiriu estatuto de vedeta. Obrigou alguns, que “relinchavam”de galo, a prestar-lhe vassalagem!
Mas, misteriosamente, de repente, sumiu-se!
Houve quem pensasse que tinha ido viver numa capoeira dourada, algures no mundo, à sua escolha, mas quem o conhecia melhor dizia “nã nã nã”… o Pintelho, por enquanto, não é galo para isso! Não gosta de viver em gaiola ou capoeira…Tem sete vidas como os gatos!
E assim foi. Com as “qualidades” que o caracterizam, tornou-se “dono de poleiro” mas a viver fora dele. Segundo me dizem está muito bem de vida, com “ração” abundante e com todas as regalias, alcavalas e mordomias de um anafado Galo de Barcelos …
É quase estrela mor de Constelação!
Ah, D. Pintelho de um cabrão!
Post scriptum
Já não há leis duradouras
Está tudo a andar à roda
Comer em várias manjedouras
É o que está a dar… e na moda!
Não foi difícil introduzir o Pintelho nas “sangrentas lutas de galos” clandestinas, características da época. (Andávamos quase todos distraídos na compra de inutilidades às aves de rapina que nos inundaram de “milho”, com gasto predestinado.
Enquanto o País vivia anestesiado, o galo Pintelho foi promovido a D. Pintelho, por se ter afirmado como rei e senhor nas lutas de galos em que participava. A fama granjeada com as vitórias fez dele um herói! O champanhe franciú vertia a rodos para o chão, depois de cada vitória! D. Pintelho e o seu dono viviam dias de felicidade sem par. Houve “apostadores” que ganharam fortunas...
Matreiro como uma raposa, D. Pintelho vencia quase todos os duelos, mesmo aqueles que pareciam irremediavelmente perdidos. Bastava uma troca de olhar com o boss para que fosse buscar energias à ponta das unhas, com que dilacerava os adversários. Por vezes era “demasiado sanguinário” e levava umas reprimendas, mas era tudo a fingir, para Inglês ver.
A vida “underground”, de fausto e luxo era um verdadeiro “laisser faire, laisser passer”…
um autêntico regabofe!
Mas… como não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe, certo dia D. Pintelho foi trocado “em hasta pública” e desapareceu do mapa mediático, substituído por outros galos de crista bem vermelha, mas que vieram a revelar-se com falta de pedigree.
As luzes da ribalta apagaram-se para D. Pintelho! Da sua actividade durante esse período, sei apenas que mudou de dono várias vezes, até ser comprado por um traficante de influências, por uma avultada quantia (paga com notas falsas), que agitou fortemente as “águas” e quase provocou um crash bolsista no mercado dos galos.
Para surpresa minha e provavelmente de muitos outros, certo dia reapareceu como se fosse D. Sebastião e mais importante do que isso, regressou às lutas e às vitórias!
Foi seleccionado para o Simpósio Mundial “Como abrir as portas em passo fantasma” e para representar todos os corococós de alta competição no “Troféu da Morte” que é luta de galos do “mato ou morro”(se o perigo está no mato, fogem para o morro, se o perigo está no morro, fogem para o mato).
Foi assim que atingiu altíssima cotação, exclusiva dos “puro sangue”. Adquiriu estatuto de vedeta. Obrigou alguns, que “relinchavam”de galo, a prestar-lhe vassalagem!
Mas, misteriosamente, de repente, sumiu-se!
Houve quem pensasse que tinha ido viver numa capoeira dourada, algures no mundo, à sua escolha, mas quem o conhecia melhor dizia “nã nã nã”… o Pintelho, por enquanto, não é galo para isso! Não gosta de viver em gaiola ou capoeira…Tem sete vidas como os gatos!
E assim foi. Com as “qualidades” que o caracterizam, tornou-se “dono de poleiro” mas a viver fora dele. Segundo me dizem está muito bem de vida, com “ração” abundante e com todas as regalias, alcavalas e mordomias de um anafado Galo de Barcelos …
É quase estrela mor de Constelação!
Ah, D. Pintelho de um cabrão!
Post scriptum
Já não há leis duradouras
Está tudo a andar à roda
Comer em várias manjedouras
É o que está a dar… e na moda!
rsrsrs.... uma história interessante que me fez rir.
ResponderEliminarNão sei porquê... mas este D. Pintelho assemelha- se a algumas personagens da vida poiitica portuguesa!
Resto de um bom Domingo.
Abraço.
Maria Valadas