quarta-feira, 2 de setembro de 2020

REGRESSOS

 

REGRESSOS

Por Celso Neto

 

Poder usufruir do sítio onde nascemos

Faz-nos regressar aos tempos de pequenos…

Passei a meninice numa quinta de aldeia

Muitas aventuras me vêm à ideia…

Pegar na sacola

Ir a pé para a Escola

Jogar ao pião, à bilharda e à bola!

(Educação e respeito pela professora

Nada parecido com agora!)

Caminhos de terra e carreiros que ainda sei de cor

Escolhidos entre o mais perto e o melhor…

Levavam-me a todos os lugarejos

À medida dos meus desejos

Sem pressas e sem perigos de maior

Explorava a Natureza em meu redor

Em paz e liberdade

Sonhava com a vida da cidade

Desafios misturados com medos

Eram a minha caixinha dos segredos

Com os seus cabelos já muitos cor de prata

A minha mãe dizia-me: Inda morres de morte macaca!

Vida farta e livre

Privilégio que sempre tive!

Sem castigos inapropriados

Apesar dos pais pouco letrados…

Alegria de viver

Vontade de aprender

Infância feliz

Vivida entre carris

Disciplina e rigor

Carinho e amor

Vontade de ser alguém

Respeito e obediência ao pai e à mãe

E à Família também

Sem pieguices nem mimos exagerados

Que nos “destemperam” os costados…

 

Dormia

Com uma velha tia

Que mal nos deitávamos me dizia:

Vamos rezar

Para Deus te ajudar!

Rezávamos… rezávamos… até que eu adormecia!

Era a sua canção de embalar!

A tia Belmira a quem presto homenagem

Pela sua abnegação e coragem!

 

Um brinquedo trazido da Feira Franca de Viseu

Era um tesouro caído do Céu!

 

 

 

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