segunda-feira, 5 de junho de 2017

NOITES NUPCIAIS D´ANTIGAMENTE

NOITES NUPCIAIS D´ANTIGAMENTE
Por Celso Neto

Nos meus tempos de menino/jovem aldeão era costume no dia a seguir à boda do casamento questionar os noivos, tentando levá-los a relatar alguns pormenores íntimos. Algumas vezes a rapaziada mantinha-se pelas redondezas da zona nupcial, para tentar perceber algum “sinal” da noite mágica.
Aqui vos deixo um breve texto, depois de uma viagem no tempo, com algumas frases escutadas e outras que inventei para rimar:

Noite de núpcias à antiga
Com rapaz e rapariga
São “pérolas” da nossa tradição
Pelos exageros na numeração…

A quem se perguntasse quantas tinham sido
A assunto era de imediato esclarecido:
Eram sempre cinco e às vezes mais
Os “desempenhos” nupciais!
Mesmo com grandes bebedeiras
Só descansavam depois das três primeiras…
Era uma noite de loucuras
Com a candeia apagada, tudo às escuras…

Foram oito
A rapariga é mais doce que um “biscoito”…
Foram cinco, mas bem dadas
Daquela que fazem tremer as calçadas…
Contei até sete
Sem baixar o cassetete…
Só me lembro até às dez
E ela tremia da cabeça aos pés…
Às seis parou
Ela não se aguentou…
Eu perdi-lhe o conto
Ela disse que lhe toquei no ponto…
Até às onze eu consegui
Mas tive que parar por causa de um barulho que ouvi…
Foram nove, com três intervalos
Mas muito diferentes das dos galos…
Contei até quinze e depois perdi-me
Ela abanava… parecia um vime!
Enervei-me com a gritaria
Foi menos uma do que as que ela queria…
Às cinco acabou-se-me a raiva
Mas ela ficou fartinha, que eu saiba…
Ela já implorava: - mais não!
Tive que acabar o trabalho à mão…
Quando acordamos foram mais três
Duas de uma só vez…
Estava com uma “rijeza” tal
Que ela ficou branca como a cal…

Muitas outras coisas eram ditas
A maior parte delas eram “fitas”
Coisas de machos… para disfarçar
Que às vezes nem conseguiam começar…


Post Scriptum
Como nos dias de hoje já é vulgar
Um homem escolher outro para “núpciar”
E as mulheres gostarem de pão com pão…

Deixou de ter sentido esta tradição

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