segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A MALDIÇÃO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

A maldição dos incêndios florestais

Muito se tem falado de incêndios florestais, neste ano da graça de 2013, fértil em acidentes mortais.
Este flagelo que dizima a nossa desordenada e maltratada floresta e que se agrava ano após ano, transformou-se numa maldição que nos acompanha, uma “fatalidade” dos meses de verão, altura em que muitos portugueses vão a banhos e ficam menos sensíveis (indiferentes) aos dramas que se vivem no mundo rural.
Das múltiplas análises e debates que vi e ouvi, curiosamente, não ouvi nenhuma que se referisse aos incêndios como uma indústria, um negócio onde se cruzam e interligam altos interesses que enchem os bolsos de dinheiro a uns quantos (poucos) e alimentam uma “máquina “ bem montada de médios e pequenos” interesses” onde ainda existe inocência e voluntarismo, que foram fatais para sete bombeiros, até agora.
Confesso que me causam náuseas os galões, medalhas, emblemas, distintivos, condecorações, pines e outros pendericos que ornamentam as fardamentas que os “chefões da especialidade” garbosamente ostentam, como comprovativo da sua competência para o desempenho das nobre missão que algumas vezes por divina graça, lhes foi atribuída…
Não seria mais fácil e prático que aqueles “valerosos” usassem apenas roupas de cores diferentes e guardassem as vaidades para os dias de festa? Para o chefe mor ficaria reservada a cor preta, símbolo do luto permanente por aqueles que pagam com a vida a sua vontade de servir.
Porventura, já pensámos no que aconteceria se não houvesse incêndios em Portugal? Fazemos ideia do que seria apostar na prevenção, canalizando para ela metade dos recursos que o combate mobiliza, mais aqueles que resultariam do aproveitamento do produto da limpeza das matas?
E quanto valeriam os ganhos ambientais?
O incêndio que consumiu uma vasta área florestal nos concelhos de Sátão e limítrofes ajudou-me a compreender melhor como funciona a indústria dos incêndios. Quando as coisas atingiram proporções dramáticas incontroláveis, surgiram meios aéreos em grande abundância!
Hipocrisia qualificada!

 Post Scriptum
Honra e glória aos Bombeiros que morreram e a todos os que diariamente combatem os incêndios. Um abraço solidário de condolências às famílias dos que partiram….

Aqui fica também o meu veemente repúdio à forma como os sucessivos desgovernos encararam e encaram a problemática dos incêndios florestais.

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