Que descanse em Paz
Não desejei, desejo, nem desejarei a morte prematura de
ninguém, por mais que discorde das suas opiniões. Por isso, a morte de António
Borges, de quem sempre discordei e considero persona non grata é para mim motivo de pesar, por se tratar de
alguém que morreu com a minha idade (que gostaria de ver aumentar mais uns anos
largos). Tenho cá para mim que as pessoas devem morrer velhas, usufruindo de
todos os meios que a ciência proporciona.
Perdido no mar
da arrogância e pretensa “indispensabilidade”, António Borges considerava-se um
sabichão, ao ponto de ofender os trabalhadores e os empresários portugueses,
quando se referiu ao abaixamento de salários, ao aumento da TSU e proferiu
outras baboseiras do mesmo quilate.
Esqueceu-se que a morte prematura lhe podia
bater à porta e desatou a proferir blasfémias contra os pobres, fingindo que desconhecia que quem não tem
meios de subsistência, morre cedo! Neste aspeto a sua morte é uma lição
Divina aos homens insensíveis e gananciosos que querem um Deus para os ricos e
outro para os pobres.
Nada lhe faltava neste mundo, aparentemente
reunia as condições para uma vida longa, mas morreu quando a morte lhe bateu à
porta, pura e simplesmente… (como todos os outros!)
Penso que é o “esquecimento” da morte que leva os
“tiranos ultra liberais” como era António Borges (que ganhava rios de dinheiro)
a aceitar e defender a existência desta legião de desempregados e o abaixamento
do salário de miséria que a maioria dos portugueses aufere. Não consigo
compreender que, no século XXI, haja quem defenda a negação do Pão, da Saúde e
da Educação a quem opta por uma vida de trabalho e cidadania.
A prosperidade em que vivem, muito provavelmente, fá-los
pensar que são imortais, que são indispensáveis… que sem eles o mundo acaba! Felizmente,
não!
Paz à sua (pequena) alma!
Há por aí (des)governantes
Que defendem a usura
Mas isto não é como dantes…
Já terminou a escravatura!
Só pensam no seu pé-de-meia
A nossa vida não conta!
Para eles a felicidade alheia
É algo de fraca monta!
Esquecidos do bem comum
Lá vão partindo um a um
Mas o Povo desespera!
Há que encontrar engenho e arte
Para que quando algum parte
Não estejam outros à espera!
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