31 DE MAIO
Por Celso Neto
Aproxima-se o fim do prazo para a limpeza da floresta
junto das estradas, habitações e povoações. Não é necessário deslocarmo-nos
para longe para constatarmos o desleixo com que continuamos a encarar o
problema dos incêndios florestais que põem em risco a nossa segurança coletiva.
Papagaios de toda a espécie aproveitam os incêndios para
fazer política baixa culpabilizando o governo atual por todas as desgraças
acontecidas e que venham a acontecer, sacudindo a água do capote pela sua
própria (e grande) culpa.
O poder local - Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia
– é o símbolo do desleixo, da incompetência e do incumprimento. Ignorando uma
lei que não é de agora, foi deixando instalar o caos fechando os olhos ao
desordenamento florestal e permitindo construções em locais indevidos, a troco
de uns votos… Continua a assobiar para o
lado, refugiando-se na falsa questão da falta de meios para cumprir e fazer
cumprir a lei!
Aproxima-se o Verão e o flagelo dos incêndios. Muitos são
os particulares que continuam a fazer vista grossa à lei, como podemos observar
por aí fora.
Portugal está condenado a arder, porque isso interessa a
muita (boa?) gente.
Resta-nos esperar que não haja mais mortes, mas,
infelizmente, isso vai depender muito da sorte, porque o que está a ser feito
pelos particulares e pelas autarquias está longe de ser o que era possível!
Que a sorte nos proteja, porque com gente desta vivemos
sempre em risco de tragédia.
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