SILÊNCIO! Vai a passar a Educação Física…
Por Celso Neto
Com a revalorização da Educação Física a ser levada a
cabo pelo atual Governo, começam a esboçar-se as primeiras reações de
discordância no seio de algumas “ilustres e respeitáveis famílias”, onde é
habitual e “chique” desvalorizar completamente a importância (hoje
inquestionável em todo o mundo, moderno e civilizado) da Educação Física, a que,
por analfabetismo chamam “ginástica”…
Muitas vezes contra a vontade das crianças e dos jovens,
são esses papás que se dirigem ao médico, para que seja encontrado um motivo que
dispense o seu filhinho da participação prática nas aulas… (tive o privilégio
de ler as “melhores anedotas da minha vida” em atestados médicos, sendo as
melhores aquelas que diziam respeito ao banho no final da aula e à proibição de
determinados ”exercícios”)
Com a nova Lei que atribui à Educação Física “peso” igual
ao das outras disciplinas na nota final do Secundário, não sei qual vai ser a
estratégia dos papás e das mamãs que consideram que o corpo do seu filhinho só “vale”
dos ombros para cima, para “livrarem” os seus rebentos do “vexame” de serem
avaliados nas suas capacidades psicomotoras e afetivas…
Não vai ser fácil arranjar “explicações” onde, sentados entre
quatro paredes, aprendam a jogar, a relacionar-se, a executar algumas
habilidades, a ter raciocínio prático, a aceitar derrotas e vitórias, a ser
fisicamente ativo, a ser saudável, tolerante e solidário, a integrar-se num
grupo e lutar por um objetivo, a divertir-se e ser feliz, … a ter mente sã em
corpo são! Resta (a meu ver) a esses papás e mamãs (pedantes, ultrapassados e
ignorantes) motivar os seus filhos para serem iguais aos filhos dos outros,
cada um com as suas capacidades e preferências, sendo que em termos de vida
presente e futura a Educação Física proporciona uma série de aprendizagens que muito
contribuem para o ser humano ”total”, que todos devemos ser!
Reconheço a enorme importância do Português, da Matemática,
da Física, da Química, da História, da Filosofia, das Ciências, das Línguas
Estrangeiras, das TIC…na formação integral das crianças e dos jovens e respeito,
admiro e louvo o esforço dos alunos que diariamente estudam para ter boas
médias no final do ano e conseguirem entrar no curso que escolheram, mas … de
que vale isso num corpo debilitado e frágil com uma mente que não “alcança”
para além do próprio umbigo? É que, qualquer dia nem para políticos servem!
Fica aqui registado o meu reconhecimento e agradecimento
aos mentores desta iniciativa legislativa. Nos tempos de hoje, lutar contra o
sedentarismo e o isolamento que caracteriza a vida de muitas crianças e jovens,
pode não ser a preocupação de alguns, mas é um dever de todos nós!
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