PEDRO DIAS
Por Celso Neto
Pedro Dias é manchete nos jornais e canais televisivos. É
a “novela” mais barata que temos, com todos os ingredientes para a mediocridade
de uma sociedade onde quem trabalha tanto pode ganhar quinhentos como
quinhentos mil euros por mês, que meia
dúzia de filhos da puta nos tentam vender como justa!
Por mais voltas que dê ao meu “entendimento” não consigo
perceber o mediatismo que está a ser dado ao caso Pedro Dias, ou melhor, não
consigo compreender a complacência das autoridades competentes perante a
presença de uma comunicação social que transmite ao minuto toda a ação das
forças de segurança destacadas para o local.
Não haverá na nossa Constituição um pequeno paragrafo que
salvaguarde a possibilidade de a comunicação social poder ser impedida de
transmitir seja o que seja sobre a investigação de um crime?
Para que serve aquele aparato todo de viaturas e homens
fardados?
Será que os competentíssimos chefes das nossas forças de
segurança não descortinam que não estamos em New York?
A quem interessa todo este mediatismo?
À segurança das populações não é certamente, porque como
se tem visto, Pedro Dias chega sempre primeiro, o que significa eficácia zero do
dispositivo montado, com a comunicação social a prestar todas as informações necessárias
para que Pedro Dias possa ser ajudado sem grande risco, por amigos ou por quem
quer que seja.
Pedro Dias não é um homicida qualquer! As razões que o levaram
a cometer estes crimes horrendos só ele as pode revelar se for capturado.
Há que dar tempo ao tempo e deixar trabalhar as forças de
segurança com calma e tranquilidade, fora da pressão mediática. As câmaras e os
“diretos” só atrapalham a investigação!
Os donos dos media, os diretores de informação e muitos senhores
jornalistas têm que aprender a ser gente! A avidez por um “direto” da captura
de Pedro Dias é ignóbil! Há de faltar muito pouco para que se transmita uma “morte
e direto” a troco de uns tostões pagos a uns familiares se escrúpulos.
Compete aos políticos não deixar transformar Portugal
numa República das bananas, pondo um ponto final na coscuvilhice doentia que é
apanágio de um Povo macambúzio e triste!
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