Vampiros, ladrões, velhacos, miseráveis, comilões,
porcos, imundos, parasitas, rapinas … é o que me apraz chamar a um bando de
corvos que impunemente aniquilam todo o meu esforço.
Todo o meu trabalho se “esvai” por obra deste bando de
corvos que se instalou e que pela calada destrói tudo, subindo às alturas para com
o seu canto aterrador, intimidar quem trabalha.
Não consigo silenciar a minha revolta de ver destruído o
fruto do meu trabalho!
Dizia a minha mãe
que os corvos quando cruzavam o “céu” a cantar anunciavam morte e supersticiosa
como era, benzia-se cada vez que os ouvia cantar…
Mas… nessa altura lá se ouvia um bando de tempos a tempos
e nem se dava conta dos estragos que provocavam. Agora são vários bandos a rapinar,
não deixando nada por onde passam e não há quem nos proteja da sua gula.
Quando me ponho a magicar sobre as travessuras do senhor
presidente, do senhor primeiro-ministro e do senhor ministro dos impostos
lembro-me logo dos bandos de corvos que diariamente sobrevoam a minha pequena
quinta, mas de imediato dou comigo a abanar a cabeça que não, pois uma coisa
são corvos e outra são passarões de esmerada qualidade, elevado caráter e
virginal honestidade.
Mesmo assim tenho medo, porque já uma vez uma pomba
branca defecou em cima da minha cabeça!
Post Scriptum
Andam em bando… os corvos
E com o seu canto de morte
Vão fazendo de nós tordos
Sem ambição… Triste sorte!
Tiram-nos o pão da boca
Para deitar para a lixeira
Para eles é coisa pouca
Trabalhar uma vida inteira…
Andam em rotas estranhas
Por tudo o que é lugar
Dia e noite, a qualquer hora
Corroem-nos as entranhas
Não se podem suportar
Temos que os mandar embora!
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