Nas duas últimas semanas a imprensa noticiou duas mortes,
ocorridas na região do Porto provocadas por cães: a de uma criança de 20 meses
e de uma senhora de 46 anos.
Acho que vai ser necessário morrerem mais uns quantos,
para as autoridades competentes encararem de frente o problema destes animais,
muitos deles certamente ilegais a viver em condições nada adequadas.
Segundo li, nos últimos cinco anos foram registados em
Portugal 4525 cães de raças potencialmente perigosas, o que pode ajudar a dar
uma ideia do número real, se atentarmos por alguns momentos na quantidade de “curiosos”
e “oportunistas” que andam por aí a cruzar raças, a treinar e a vender cães, em
completo desrespeito pela legislação, pelas leis da natureza, pelos direitos
humanos e dos animais.
São certamente muito variados os motivos que levam as pessoas
a adquirir estes cães de raças perigosas “puros” ou “cruzados”. Serão até
legítimos, mas o que não pode acontecer é que quando ocorre um acidente (mortal
ou não) as coisas terminem com o seu abatimento, ficando ”de fora” quem o
adquiriu, quem o vendeu ou ofereceu, quem o treinou, quem o cruzou…
Num cenário destes, o
animal (que é abatido) é o único a quem não devia ser assacada culpa…Todos os
outros são responsáveis!
Haja respeito pelos cães que, vítimas da estupidez humana,
perdem o direito de o ser quando são treinados para matar, os
obrigam a viver em meia dúzia de metros quadrados, com ar condicionado, a comer
uma vez ao dia e a vestir jaqueta…
Com as exigências a que os sujeitam, é natural
que de vez em quando percam as estribeiras e matem os próprios donos! Isso é
muito grave, mas mais grave ainda é quando matam quem não tem culpa!
Post Scriptum
E quando esses animais, como já vai acontecendo,
forem abandonados na rua?
Quem garante a nossa segurança, muito
especificamente a das crianças que instintivamente fogem perante a presença de
um cão deste tipo?