quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Navegantes

Nunca percebi os motivos que “justificam” que as empresas de transportes (Metro, Carris, CP, Soflusa, Transtejo, STCP, TAP…) acumulem milhares de milhões de euros de dívidas e passem o tempo em greves, apesar das regalias incomuns de que usufruem os seus trabalhadores, quando comparados com o comum dos mortais.
Também ultrapassa a minha capacidade de compreensão o facto de os residentes em Lisboa e Porto poderem “navegar” à vontade pela cidade por cerca de 30 euros mensais e ainda por cima se queixarem do aumento dos transportes.
Nunca entendi os critérios de nomeação dos gestores das empresas públicas de transportes nem sei por que é que nenhum está preso.
Quem, como eu, vive no interior do país sabe bem quanto gasta mensalmente para se deslocar para o trabalho e regressar a casa e certamente, como eu, sente uma revolta imensa quando os “fidalguinhos” das grandes cidades protestam com aumentos de 1 euro nos “navegantes” que, nós parolos, temos que ajudar a pagar, apesar de termos sido “brindados com pagamento de portagens a que não podemos fugir.
Gosto muito de Lisboa e do Porto, mas tenho que pagar para lá ir e muito sinceramente não estou nada motivado para ajudar a pagar os navegantes dos alfacinhas e tripeiros.
Os senhores do actual governo (um bocadinho menos hipócritas neste particular do que os governos que o antecederam) têm que equiparar os trabalhadores dos transportes aos demais e calcular o preço real as viagens, que deve ser suportado pelos utilizadores, ou então arranjar meios de transporte e “navegantes” para todo o país num raio igual ao de Lisboa e Porto. Tudo o que faça diferente disso é pura hipocrisia e sério prejuízo para quem não vive nas grandes cidades.
Os “artistas” das televisões (alguns bem pagos do nosso bolso) em vez de entrevistarem os utilizadores do “navegante” bem podiam deslocar-se à província para se inteirarem dos gastos em transporte de um “provinciano”, mas isso parece que não faz parte do seu árduo trabalho.
Cada vez mais a comunicação social só fala do que lhe interessa, num mediatismo e superficialidade atrozes que envergonham qualquer cidadão de bom senso. Começa a notar-se um silêncio preocupante relativamente a alguns assuntos…
O nosso destino é bater no fundo. Com ou sem “navegante”cá vamos a caminho!
Que Deus nos ajude com uma “limpeza purificadora” de todos os mal intencionados.

Post scriptum
Queria um carro do modelo
Que usam os nossos governantes
Mas para eles poderem tê-lo
Tenho que andar a penantes.

1 comentário:

  1. Completamente de acodo com o conteúdo do texto.

    Abraço.

    Maria Valadas

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