sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Quadro negro

Para descrever o que se passa no meu País
Precisava de um quadro negro e muitos paus de giz
Mas como estão na moda os quadros interativos
Não sei como escrever que estamos reffffundidos!

Já vão longe os tempos da palmatória para as mãos
E das canas da índia prá cabeça e prás orelhas
Mas eis que surgem, qual peste suína, os vilãos
Com seus conselhos caducos e receitas velhas!

Se eu tivesse um quadro negro dos antigos
Escreveria “cambada de imbecis”, em letras garrafais
E daria a ler a quem só se lembra de si e dos amigos

Atiraria o apagador pra bem longe, janela fora
E encheria o quadro com nomes feios, de horrendos animais
E a terminar: “tenham vergonha, seus porcos, vão-se embora”!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

E quando não houver nada para vender?

O acerto das nossas contas, desde há muito, é encapotado com transferências de fundos e venda de empresas do nosso tecido produtivo. Quando há desvios ou outro tipo de incumprimentos tem-se recorrido a esta falácia para “salvar” a face dos nossos governantes incompetentes, sempre incapazes de articular austeridade e desenvolvimento económico, de forma a garantir condições de vida digna à generalidade dos portugueses.
Através de todo o tipo de aldrabices os nossos políticos, acantonados no paraíso dourado do centro esquerda e centro direita, continuam a prometer-nos futuro risonho, a descomprometer-se do passado e a ignorar a necessidade de haver presente nas nossas vidas. De papinho cheio, impõem-nos todo o tipo de sacrifícios, obrigando muitos a viver abaixo ou no limiar da pobreza. È vergonhoso o que se está a passar em Portugal e noutros países da Europa (com destaque para a Grécia) graças à acção dos “paus mandados” de Merkel e Sarcozy, que sob a bênção da troika, obrigam muitos honrados cidadãos a situações terríveis de desespero e miséria.
Tudo o que sejam meios de produção de riqueza são “pilhados” (a bom preço, se preciso for) no intuito de enfraquecer a produção e a comercialização de bens, que posteriormente os países mais fracos terão que adquirir aos países “ricos e desenvolvidos” para que eles possam continuar a crescer e a ter mão de obra barata sempre disponível…
No que nos diz directamente respeito, 35% da nossa “massa cinzenta jovem”, altamente qualificada, está no desemprego, tendo que sujeitar-se a emigrar, com muitos fdp a defender esta “saída para a crise”!
Quando o Estado já não tiver nada para vender e a engenharia financeira deixar de ser possível é que vamos ver o buraco em que estes charlatães engravatados nos estão a meter… Até lá, o regabofe vai continuar, com o Estado a gastar à tripa forra, para manter as benesses de uns quantos “eleitos e escolhidos”.
Enquanto é tempo proponho que o governo crie mais uma comissão de análise para tratar do problema da internacionalização das prostitutas, que estão a invadir tudo o que é “mata” à beira da estrada. Espalhadas por todo o mundo, as prostitutas de Portugal ajudarão a comer os pastéis de Belém, que são o “orgulho nacional” em termos de internacionalização da nossa economia!
Temos que ser criativos antes de sermos obrigados a vender as nossas reservas de ouro, para os países poderosos as fundirem e disfarçarem o “latão” das suas “reservas”!

Post scriptum
Se a Alemanha alguma vez pagar
Pelos crimes que cometeu
Cada alemão só vai ficar
Com a camisa que Deus lhe deu.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

? SAGEIP

O 1º ministro de Portugal, do alto do seu poleiro, cantou de galo, apelidando de piegas os cidadãos que se comprometeu a governar, com promessas que rasgou no dia seguinte ao da vitória eleitoral.
Lá terá as suas razões para proferir tal baboseira! Cá para mim o que o levou a dizer uma barbaridade destas foi o facto de o Governo e mais a sua legião de assessores e secretárias, (montados em carros de luxo, submarinos e aviões) a viver à grande e à francesa andarem a dar o seu melhor para nos fazerem “encaixar” a necessidade de vivermos na miséria e, apesar disso, um grande número de portugueses se recusar a tal e insistir em reclamar Pão, Saúde, Educação… (coisas de somenos importância para eles).
Muito provavelmente esta “desobediência” perturba as suas iluminadas mentes e provoca aquelas ooolheiras no ministro dos impostos.
O País pasmou e, claro, ficou revoltado com mais esta pantominice.
Ficou mais evidente que, se nada mudar nas altas esferas, Portugal, vítima de tanta insensatez governativa e de tantos desvarios pode ter irremediavelmente comprometido o futuro, limitando-se a pagar juros aos especuladores.
O 1º ministro demonstrou mais uma vez muita falta de vergonha, total ausência de sensibilidade e fraca dignidade ao chamar piegas a pessoas (que desgoverna) a quem mentiu e mente descaradamente e que, com a economia em recessão, ficaram sem emprego, sem dinheiro para poderem satisfazer os seus compromissos e sem meios para viver dignamente. As suas palavras são um ultraje e uma humilhação para os portugueses, que acreditaram que não iria ser mais um hipócrita que nos calhou na rifa…
Se nos quer outra vez de mala de cartão na mão a “aterrar” em qualquer parte do mundo onde explorem a nossa miséria, transformada em mão de obra barata, tenha a sensatez de se demitir, que nós (agora escaldados) havemos de arranjar coisa melhor…
Precisamos de quem nos anime, de quem nos dê bons exemplos e esperança, através do relançamento da nossa Economia. Quem nos destrua a alma já temos que baste e sanguessugas também.
Antes de nos insultar, concentre-se na incompetência dos seus ministérios. A Economia e Emprego, Educação e Saúde estão a bater no fundo. A Agricultura e as Pescas estão um caos. A Justiça é o que se vê. As Finanças só sabem aumentar impostos e fazer “cortes” nos que trabalham ou trabalharam.
Não tardará muito que tenhamos de pagar o arque respiramos e um imposto por sermos “burros de carga”…
Claro que somos piegas, uns piegas de m… mesmo, pela forma como tratamos os nossos políticos e muito particularmente os membros do Governo, os Deputados, o Presidente e a gigantesca legião que “albergam”.

Post sriptum
Portas para Passos:
Quando não tivermos mais nada
Para vender ao estrangeiro
Vendemos de uma assentada
O “cantinho” por inteiro.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Carnaval

O Zé Fagulha é uma figura típica de uma aldeia do interior. Diz que vê muito mal e com isso justifica o seu semblante sempre de testa franzida e cabeça inclinada e avançada em relação aos ombros.
Quando alguém lhe diz para se endireitar ele responde com um manguitinho do dedo médio, devidamente executado e não diz mais nada.
Ontem, o Fagulha foi à tasquinha/mercearia do tio Aníbal (o Jumbo lá do sítio) para aviar uns azeites e umas bolachas, e ficou surpreendido porque a TV, excepcionalmente, estava ligada. De repente virou-se para a filha (que anda na Universidade, mas nos fins de semana toma conta do comércio) e disse-lhe:
- Olha lá ó cachopa, aquele que esta ali na televisão não é o ministro das finanças?
- É sim senhor, respondeu a rapariga.
- Ele está de óculos ou de olheiras?
- Deixe-se de brincadeiras…
- Não entendo nada do que ele está a “prá li”a arengar…
- Pudera! O senhor não andou a estudar! Leia as legendas. Ele está a falar Inglês que é para o perceberem no estrangeiro. Agora tio Zé, todos os assuntos importantes são tratados em Inglês que é uma língua que todos percebem…
- Ahhhhhhh! Está bem, está bem… disse com desdém.
Terminada a conversa o Fagulha dirigiu-se ao balcão para beber o seu copinho da praxe e deparou com um pequeno grupo de jovens que estavam a falar da “ponte”no Carnaval. Uns contra e outros a favor, a discussão estava acesa, o que “prendeu” o tio Zé por ali, porque é muito curioso e gosta de uma “rixazinha à moda antiga”.
A dada altura um dos jovens perguntou-lhe:
- Onde vai ver o Carnaval, tio Zé?
- Fico em casa, está muito frio e até se me arrepia a espinha só de ver aquela gente na rua, de tanguinha, com este gelo! Eu gostava mais do nosso carnaval, mas esse foi-se, incapaz de resistir à invasão das tangas e dos “tangas”.
-Isso é que é falar, ó Fagulha. Razão tem o Passos Coelho, que pouco a pouco acaba com as festas, com os feriados, com os preguiçosos dos funcionários públicos, com …, com…, com …
De quando em vez os outros jovens (seguindo as pegadas do ministro e muito provavelmente para impressionarem a tasqueira/universitária) soltavam uns yes, all right, good, fine, ok … que começaram a irritar o Fagulha.
Vendo que o jovem nunca mais acabava de elogiar a ação de Passos Coelho, o tio Zé, ainda com Gaspar a “azucrinar-lhe” a memória, dirigiu-se para a porta e exclamou:
-Não estou a perceber tudo, mas não quero ser carta desse baralho. Vão falar Inglês pró carvalho!

Post scriptum
Falam em Inglês os governantes
Em Castelhano os da bola
Parecem um bando de pedantes
Avariadinhos da tola!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Navegantes

Nunca percebi os motivos que “justificam” que as empresas de transportes (Metro, Carris, CP, Soflusa, Transtejo, STCP, TAP…) acumulem milhares de milhões de euros de dívidas e passem o tempo em greves, apesar das regalias incomuns de que usufruem os seus trabalhadores, quando comparados com o comum dos mortais.
Também ultrapassa a minha capacidade de compreensão o facto de os residentes em Lisboa e Porto poderem “navegar” à vontade pela cidade por cerca de 30 euros mensais e ainda por cima se queixarem do aumento dos transportes.
Nunca entendi os critérios de nomeação dos gestores das empresas públicas de transportes nem sei por que é que nenhum está preso.
Quem, como eu, vive no interior do país sabe bem quanto gasta mensalmente para se deslocar para o trabalho e regressar a casa e certamente, como eu, sente uma revolta imensa quando os “fidalguinhos” das grandes cidades protestam com aumentos de 1 euro nos “navegantes” que, nós parolos, temos que ajudar a pagar, apesar de termos sido “brindados com pagamento de portagens a que não podemos fugir.
Gosto muito de Lisboa e do Porto, mas tenho que pagar para lá ir e muito sinceramente não estou nada motivado para ajudar a pagar os navegantes dos alfacinhas e tripeiros.
Os senhores do actual governo (um bocadinho menos hipócritas neste particular do que os governos que o antecederam) têm que equiparar os trabalhadores dos transportes aos demais e calcular o preço real as viagens, que deve ser suportado pelos utilizadores, ou então arranjar meios de transporte e “navegantes” para todo o país num raio igual ao de Lisboa e Porto. Tudo o que faça diferente disso é pura hipocrisia e sério prejuízo para quem não vive nas grandes cidades.
Os “artistas” das televisões (alguns bem pagos do nosso bolso) em vez de entrevistarem os utilizadores do “navegante” bem podiam deslocar-se à província para se inteirarem dos gastos em transporte de um “provinciano”, mas isso parece que não faz parte do seu árduo trabalho.
Cada vez mais a comunicação social só fala do que lhe interessa, num mediatismo e superficialidade atrozes que envergonham qualquer cidadão de bom senso. Começa a notar-se um silêncio preocupante relativamente a alguns assuntos…
O nosso destino é bater no fundo. Com ou sem “navegante”cá vamos a caminho!
Que Deus nos ajude com uma “limpeza purificadora” de todos os mal intencionados.

Post scriptum
Queria um carro do modelo
Que usam os nossos governantes
Mas para eles poderem tê-lo
Tenho que andar a penantes.