sábado, 3 de setembro de 2016

QUE VOLTE A SER CAPELA…

QUE VOLTE A SER CAPELA…
Por Celso Neto

Não sei por que carga de água, há vários anos a Capela que julgo pertencer ao Solar dos Albuquerques, imóvel adquirido pela autarquia, foi convertida em Quartel da GNR.
Nossa senhora há de ter dado saltos no túmulo com a ida e permanência tão prolongada da GNR para aquele antigo local de culto e talvez lhe tenha custado a perdoar ao poder eclesiástico a indiferença que tal facto lhe mereceu na altura.
 Não me recorda de, à época, a Igreja ter esboçado o mais pequeno protesto, nem faço ideia onde se encontra neste momento a Ara do Altar, mas não me espantaria que tenha ido para o lixo, pois o desinteresse da Diocese e da paróquia quer pela Igreja Matriz de Santa Maria quer pela Capela, demonstra que hoje as atenções se viraram e ainda viram para o “Mamarracho Paroquial de Sátão” espaço amplo (pouco acolhedor) onde se concentram (e bem) os grandes eventos religiosos concelhios, como sejam as Missas de domingo, as Festas Religiosas, a Catequese e as Cerimónias fúnebres, de um modo geral bastante participadas.

O que passou…passou, mas penso que está na hora de “remediar” pecados antigos e nesse sentido parece-me urgente que a Paróquia encare e Igreja Matriz de Santa Maria numa perspetiva diferente da que têm acontecido até aqui e que pugne para que a “Capela GNR” volte ao seu velho “desígnio”, ajudando a engrandecer o “quase nada” que resta do nosso “centro histórico”, felizmente liberto de uma Instituição por quem não nutro simpatia, mas que respeito.
Está mais bonito o espaço onde se situa a Igreja Matriz de Santa Maria, único Monumento emblemático da Vila, com a saída da GNR para o novo quartel, um moderno equipamento que, espero, ajude a motivar os senhores agentes da autoridade para um exercício responsável da sua missão.

Falta, agora, demolir aquelas obras (de legalidade duvidosa) circundantes à Capela e dar ao espaço circundante à Igreja Matriz de Santa Maria a importância que ele merece! Parece-me que a Paróquia tem algo decisivo a fazer, como seja a realização naquele espaço nobre de algumas atividades religiosas da Vila, como sejam as missas vespertinas e por intenção dos fieis defuntos, entre outras possíveis.

Apelo aos senhores Deputados e aos senhores Vereadores eleitos para que sejam mais zelosos do que os que deixaram destruir a (pequena) Memória da Vila de Sátão, fazendo vista grossa às atrocidades que, então, se cometeram.


Ao senhor Presidenta da Câmara, nem sempre atento ao terceiro mundismo de algumas pequenas coisas, (visíveis a olho nu) peço-lhe que seja “grande” como o foi no Cemitério, no Largo de S. Bernardo, no Espaço da Feira e na reconversão da Rua central do Sátão.

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