QUE VOLTE A SER CAPELA…
Por Celso Neto
Não sei por que carga de água, há vários anos a Capela
que julgo pertencer ao Solar dos Albuquerques, imóvel adquirido pela autarquia,
foi convertida em Quartel da GNR.
Nossa senhora há de ter dado saltos no túmulo com a ida e
permanência tão prolongada da GNR para aquele antigo local de culto e talvez
lhe tenha custado a perdoar ao poder eclesiástico a indiferença que tal facto
lhe mereceu na altura.
Não me recorda de,
à época, a Igreja ter esboçado o mais pequeno protesto, nem faço ideia onde se
encontra neste momento a Ara do Altar, mas não me espantaria que tenha ido para
o lixo, pois o desinteresse da Diocese e da paróquia quer pela Igreja Matriz de
Santa Maria quer pela Capela, demonstra que hoje as atenções se viraram e ainda
viram para o “Mamarracho Paroquial de Sátão” espaço amplo (pouco acolhedor)
onde se concentram (e bem) os grandes eventos religiosos concelhios, como sejam
as Missas de domingo, as Festas Religiosas, a Catequese e as Cerimónias
fúnebres, de um modo geral bastante participadas.
O que passou…passou, mas penso que está na hora de
“remediar” pecados antigos e nesse sentido parece-me urgente que a Paróquia
encare e Igreja Matriz de Santa Maria numa perspetiva diferente da que têm
acontecido até aqui e que pugne para que a “Capela GNR” volte ao seu velho
“desígnio”, ajudando a engrandecer o “quase nada” que resta do nosso “centro
histórico”, felizmente liberto de uma Instituição por quem não nutro simpatia,
mas que respeito.
Está mais bonito o espaço onde se situa a Igreja Matriz
de Santa Maria, único Monumento emblemático da Vila, com a saída da GNR para o
novo quartel, um moderno equipamento que, espero, ajude a motivar os senhores
agentes da autoridade para um exercício responsável da sua missão.
Falta, agora, demolir aquelas obras (de legalidade
duvidosa) circundantes à Capela e dar ao espaço circundante à Igreja Matriz de
Santa Maria a importância que ele merece! Parece-me que a Paróquia tem algo
decisivo a fazer, como seja a realização naquele espaço nobre de algumas
atividades religiosas da Vila, como sejam as missas vespertinas e por intenção
dos fieis defuntos, entre outras possíveis.
Apelo aos senhores Deputados e aos senhores Vereadores
eleitos para que sejam mais zelosos do que os que deixaram destruir a (pequena)
Memória da Vila de Sátão, fazendo vista grossa às atrocidades que, então, se
cometeram.
Ao senhor Presidenta da Câmara, nem sempre atento ao
terceiro mundismo de algumas pequenas coisas, (visíveis a olho nu) peço-lhe que
seja “grande” como o foi no Cemitério, no Largo de S. Bernardo, no Espaço da
Feira e na reconversão da Rua central do Sátão.
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