segunda-feira, 28 de julho de 2014

Os traques da Ambrósia

Conta-se que a Ambrósia era uma figura típica de uma aldeia recôndita, ali para os lados do Sol-Posto. Ganhava a vida como “bruxa” a tentar adivinhar o valor de pessoas que o dinheiro tornou famosas. Classificava os “famosos” em feiras e romarias (era assim uma espécie de Rebelo de Sousa em tempos idos, mas em formato menos culto e menos rentável), a troco de umas moedas atiradas para uma bela manta estendida no chão. Avaliava todos pela mesma bitola: “Esse? Não vale um peido”!Fossem  Silvinhas, Coelhinhos, Liminhas, Amorinzinhos, Azevedinhos, Belmirinhos, Olicostinhas, Loureirinhos, Albertinhos, Salgadinhos, Portinhas, Barrosinhos...tinham o mesmo valor.
Quando era confrontada com argumento que eram muito ricos, prontamente respondia: Está bem, mas os meus traques são muito mais valiosos”, especialmente quando assumem a forma de “bufinhas”! Montei uma indústria para os internacionalizar, como fizeram com o ovo estrelado e o pastel de bacalhau. Conservo-os em hermético recipiente de ouro, para serem vendidos em Bolsa... Um dia serão a salvação do nosso País!
Morreu a Ambrósia e ninguém sabe onde está escondido o seu “legado”! Quanto valeria um traque embalado, a preço atual, no “deus mercado”? Daria para saldar a nossa dívida? Não sei se daria ou não, mas se não for com peidos, com esta política, não vejo maneira de a pagar!

Ando cá macacar que num futuro próximo há de aparecer um banqueiro a anunciar:
Comprem “peidinhos” da Ambrósia
Estão em alta no Mercado
Mesmo que sejam duma sósia
São isentos de Salgado!


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