quinta-feira, 15 de setembro de 2022

O CULPADO FOI DEUS…

 

O CULPADO FOI DEUS…

Por Celso Neto

 

Depois de absolvidos

Todos os arguidos

Dos incêndios que mataram sessenta e quatro

Apresentaram-se, os inocentes, com grande gabarito e aparato

E acusaram a Proteção Civil

De um comportamento indigno e vil!

Verdade ou não

As vítimas mereciam mais respeito e consideração

Porque há muitos com culpas no cartório

Como se ouve no imenso falatório

Que a sentença provocou

Depois de se saber muito do que se passou!

 

A Justiça está de luto

Mas… o Povo não liga puto…

Ouvi que nenhum culpado foi constituído arguido

Vamos ver se o vão ser agora, ou se fica tudo esquecido!

 

Quando há dinheiro a rodos…

Cães e lobos comem todos!

Aquela cena, muito triste, à beira do tribunal

Fez-me lembrar dos ciganos, quando um vai para o Hospital!

Terá sido culpa de Deus

Que vive no Reino dos Céus?

 

Não me digam que não há desleixo…

Que a raiva faz-me tremer o queixo!

Aceito que haja outros culpados

Que nem sequer foram julgados

Mas a culpa morrer solteira

Parece-me uma tremenda asneira!

 

Por aquela tragédia imensa

Nem um minuto de “pena suspensa”?

 

Podem, se quiserem, chamar-me burro

Mas tudo isto me cheira a esturro!

Talvez das vítimas carbonizadas…

Cujas vidas foram mal acauteladas

Não sei por quê nem por quem…

Mas, isto dos fogos florestais… não anda bem!

O lobby enferrujado é muito grande

Mas tem que haver chave que o desande!

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