quarta-feira, 22 de julho de 2020

ENQUANTO A VIDA DURA


ENQUANTO A VIDA DURA
Por Celso Neto

Evitar as ruas da amargura
Definir as margens da loucura
Semear ternura
Tomar banhos de cultura
Rejeitar a ditadura
Conhecer os males do excesso de fartura
Converter sonhos em pintura
Fazer do nada uma escultura
Ler às avessas a partitura
Fechar a chave na fechadura
Abraçar o desejo de rutura
Sonhar em modo de doçura
Ter alma prematura
Sentir o infinito em miniatura
Amar de forma segura
Fazer da Paz a levedura
Cumprir sem assinatura
Respeitar a jura
Dosear a mistura
Deitar água fria na fervura
Perceber a efémera formosura
Rejeitar jogos de cintura
Escutar o silêncio da noite escura
Condenar a censura
Resistir à ganância pura
Medir de cada passo a largura
Pesar as circunstâncias da altura
Pensar na eternidade na sepultura
Partilhar o “bocadinho” que se dura
Agir com correção e lisura!



2 comentários: