AMANHECER
Por Celso Neto
Respiro o ar do amanhecer
Vim à janela para o ver
Por detrás da cortina
Numa manhã de fresca neblina!
Cada amanhecer
É mais um dia a acontecer…
É um presente para nós
Em que os contras são, sempre, menos que os prós!
Sinto saudades dos tempos em que não amanhecia
Porque eu não via…
Ou porque dormia
Ou porque eram noites de folia…
É ao amanhecer
Que sinto os fantasmas da noite a correr
Para se irem esconder
E voltar antes do amanhecer
Há dias em que me apetece ver
O amanhecer
Para sentir o seu perfume
E escutar o seu queixume
Contra as nuvens que não o deixam
Ver as estrelas que se queixam
De desaparecer
Com o amanhecer
Às vezes o amanhecer anda à deriva
Quando o querem esconder, mas ele se esquiva
E aparece com toda a sua imponência
A desafiar os limites da Ciência…
Amanhã será outro amanhecer
Se eu ainda viver…
Porque a morte também amanhece
E quando abre os olhos… alguém falece!
Hoje o meu amanhecer foi “do caraças” …
Disseram-me que para além de outros “tormentos”
Em Portugal há mais oficiais e sargentos
Do que praças!
Antes que morra
Deixem-me dizer: Porra!
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