O PODER E A SECA
Por Celso Neto
Depois da seca prolongada e da falta de água nos rios,
ribeiros e poços (que estiveram sem pinga de água durante um largo período) era
de elementar bom senso que se procedesse à limpeza dos leitos e margens dos
rios e ao desassoreamento dos açudes e barragens, uma vez que a possibilidade
de o fazer mais facilmente e sem grandes despesas e meios… estava ali mesmo à
mão!
Em vez disso o que fizeram o poder central e as
autarquias? - NADA!
Este “assobiar para o lado” é lamentável, direi mesmo…
criminoso!
Deixar passar em claro uma oportunidade destas para
efetuar trabalhos de controlo e melhorias na rede fluvial, só mesmo num país de
políticos de meia tijela!
O cidadão comum que viaja “à boleia do desleixo do poder”
(central e local, aos vários níveis) demite-se das suas obrigações elementares,
muitas vezes impotente para solucionar aspetos relativos à sua própria
segurança.
Em termos ambientais e de segurança, Portugal é um “regabofe”
um “fartar vilanagem” há várias dezenas de anos.
Os políticos, principalmente aqueles que “navegam” na
crista da desgraça, são uma autêntica “imundice”!
O poder local chora, chora, chora
Porque a chuva veio ou se foi embora…
Se vem a seca reza ao S. Pedro
Se vem muita chuva tem medo…
Dos incêndios sacode a água do capote
O que é preciso é que o povo vote!
Somos um país do “deixa andar”
Com o mal de uns…outros vão ganhar!
Desgraça e tragédia… é Economia
O que não se faz hoje, faz-se ao outro dia
Uma vez criada a “necessidade premente”
É um “fartote” minha gente
Quando há incêndios ou inundações
Aparecem logo uns figurões
A “fazer o cerco” a uns milhões…
Espero que não haja tragédia com as cheias
Mas se houver… as culpas são a meias!
(Metade do poder central
E a outra parte do poder local)
O desleixo é crime quando põe em risco
A vida das pessoas apanhadas de imprevisto…
(Há tantas coisas por/para fazer
Que até me arrepio só de ver)