Povo que lavas no rio
Por Celso Neto
Povo que lavas no rio
Enfrenta a tormenta, enche-te de brio!
Obriga o poder a fazer o que não faz
Não permitas que a população portuguesa ande pra trás!
(O ano passado foram menos sessenta mil
Mas os salteadores continuam no covil...)
Ó Povo “crente” e sem “tempo” pra pensar
Não vivas humilhado e a continuar a acreditar
Que há de vir um Sebastião para te salvar!
Não abandones a Escola a troco de meio tostão!
Não deixes a universidade para os filhos dos senhores
Com o falso argumento de que há muitos doutores...
Valoriza o conhecimento, entrega-te ao Estudo
Não minimizes a importância do “canudo”...
Sobre as questões e valores essenciais
E os princípios fundamentais
Não continues surdo, quedo e mudo!
Deixa o Ensino profissional para os filhos de gente
abastada
Para quem te diz que estudar vale pouco ou nada!
Fica na Escola e estudar a sério
Dá a vez aos ricos para irem extrair minério
Trabalhar na terra, nas oficinas e no mar
Não caias na tentação de não estudar!
Estuda sempre e cada vez mais
E manda pró diabo os cursos técnico profissionais!
Põe a parte direita do cérebro a funcionar...
Não te deixes enganar...
Lembra-te que o saber não ocupa lugar!
Não tenhas pressa de ser mão de obra barata
Ao serviço da falsa “nata”!
Quem aprende a pensar
Pode escolher no que quer trabalhar...
Executar uma tarefa
É coisa que se aprende depressa!
Do cérebro não utilizes só a parte esquerda
Porque isso é uma irreparável perda!
Um Homem sem “massa cinzenta”
Pode parecer próspero, mas não se aguenta!
Ai como eu gostava de ver os alemães e os franceses
A receber lições dos doutores portugueses!
Não imaginam como eu seria feliz
Se ligassem menos ao que a Merkel diz
E se ela e o Hollande fossem para o “Céu”
Coordenar o Governo Europeu!
Povo que lavas no rio
Enfrenta a tormenta, enche-te de brio!