sábado, 25 de junho de 2011

… no copianço!

(Supostamente) os candidatos a futuros juízes e procuradores confundiram ética com alface e não ficaram muito nem pouco incomodados com o facto de terem sabido antecipadamente um teste. Sem uma pontinha de dignidade e vergonha aproveitaram esse facto para tentarem desenrascar-se, muito provavelmente porque andam cansados ou então porque pensam que para meter os pobres na cadeia não é preciso estudar muito…
O mínimo que se esperava era que pelo menos alguns deles denunciassem o caso, mas a união da classe falou mais alto, de harmonia com o princípio em voga em algumas “esferas” da sociedade portuguesa que reza que desde que todos mamem, tudo está justo e perfeito. Quais trafulhas de meia tigela os futuros decisores foram para o exame apenas colocar cruzinhas na quadrícula previamente combinada …. Rico exemplo para os fora de lei!
E qual foi a solução encontrada para resolver o imbróglio? Nota 10 para todos! Um qualquer aprendiz de burro não faria pior! É o que se pode chamar uma avaria premeditada da balança onde se pesa a gravidade dos nossos actos. Nada de apurar responsabilidades… nada de ondas, nada de penalizações para os falsários!
Não se sabe se esta “triste cena” tem ou não algo a ver com o pedido de demissão da directora do CEJ, mas tudo indica que sim, pois o que se passou é um triste exemplo de leviandade, baixeza de carácter e irresponsabilidade extrema.
Mais uma vez se varreu o lixo para debaixo do tapete, numa casa de fidalgos… que não presta contas a ninguém!
Que vergonha!
Que há-de se de nós?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Retrato à la minute

Pobre País corroído
Sem dinheiro e sem valores
Navegando sem sentido
De mão estendida aos credores!

Neste covil de pedantes
Quase morremos à míngua
E muitos são os farsantes
A querer cortar-nos a língua!

Um ninho de ratazanas
De carácter mui mesquinho
Trouxeram-nos p´ra este beco…

E com promessas levianas
Levaram o Zé povinho
A trabalhar pró boneco!

Os quarenta por cento de crianças que, segundo dados do ISEG, vivem em estado de pobreza, confirmam a hipocrisia de uns quantos que querem fazer-nos crer que Portugal é o País das Maravilhas, não desistindo de pôr em prática projectos megalómanos caríssimos, de utilidade nula ou muito duvidosa, passando por cima dos reais problemas que nos afligem e que a dignidade humana exige que sejam solucionados. Se é isto o Estado Social que ouço para aí apregoar, que venha outro depressinha, porque esta situação é humilhante e intolerável. Só um país de hipócritas engravatados e bem vestidos é que tolera uma situação destas, pois sabe-se bem que a esmagadora maioria destas crianças, se não a totalidade, estão a ser impedidas de desenvolver uma personalidade que lhes permita enfrentar o mundo com a auto-estima, o optimismo e a confiança necessários a uma cidadania responsável.
O senhor presidente da República, os senhores deputados e os senhores governantes deviam ter um pouco de sensibilidade, quando pedem sacrifícios acrescidos mesmo a quem ganha uns míseros tostões e mantém situações destas, que nos fazem corar de vergonha! Enchem a boca com igualdade de oportunidades, blá, blá, blá mas os seus discursos não passam de artimanhas para caça ao voto nas eleições.
Será muito difícil reduzir um pouco o esbanjamento da máquina estatal e canalizar esse dinheiro para o bem-estar das nossas crianças? Será muito difícil reduzir os gastos das centenas de institutos, grande parte deles de necessidade e utilidade duvidosa?
Um país que trata mal as suas crianças, obrigando-as a passar fome, está condenado ao fracasso.
Espero que uma das primeiras medidas do novo governo seja erradicar este flagelo. As crianças não têm culpa dos erros dos políticos que nos mergulharam neste atoleiro.
É preciso arregaçar as mangas e recuperar a dignidade! As nossas crianças não podem passar fome!
Alimentação, Saúde e Educação para todas as crianças… JÁ!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Bananas…

Não, não me estou a referir a este país lindo que alguns, levianamente, apelidam de república das bananas. É certo que são tantas e tais as injustiças que passam “despercebidas” à classe política que nos governa, que ficamos de cara à banda, mas o facto de na política continuar a marcar presença e acção muita gentinha que só pensa em encher o saco, não pode cegar-nos ao ponto de não admitirmos que Portugal tem muitas coisas boas… Refiro-me, mesmo, ao fruto propriamente dito, porque o que vou dizer é um exemplo carismático da forma como Portugal se (não) prepara para enfrentar a crise que nos afecta, a qual tem muito a ver com a nossa dívida externa.
Ontem, 2ª feira, fui ao Jumbo/ Viseu para fazer algumas compras. Para minha surpresa e mágoa 1 kg de bananas importadas custava 98 cêntimos e 1kg de bananas nacionais (Madeira), com muito pior aspecto, custava 2,89. Escusado será dizer que optei pelas bananas estrangeiras, que para além do seu melhor aspecto custavam pouco mais de 1/3.

Não faço a mais pequena ideia como é que Cavaco, Passos e Portas estão a planear ultrapassar a crise em que nos ajudaram a mergulhar, nem o que pensam Seguro e Assis sobre esta problemática… a única coisa que sei é que considero mais lógico (neste momento de crise) financiar a nossa economia, para a tornar competitiva, do que comprar alimentos ao estrangeiro, que cá temos a estragar-se nas prateleiras dos supermercados, por não terem preços competitivos ou por falta de qualidade…

As sumidades a quem pagamos principescamente para pensar e agir não conseguem encontrar um incentivo à produção e ao consumo de produtos nacionais?

Por experiência própria, já sabemos que enquanto a classe média tiver dinheiro para sustentar os políticos (e os potenciais inimigos da sua tranquilidade, que encharcam de subsídios) eles não estão preocupados com estas miudezas, mas isto vai ter que mudar…

Considero um profundo disparate que os produtos alimentares portugueses sejam mais caros que os estrangeiros, tal como acho ridículo que um país com a nossa área marítima importe uma enorme parte do pescado que consumimos.
Vamos continuar a comprar submarinos ou vamos criar a nossa frota pesqueira que reanime os nossos estaleiros e nos permita aproveitar o que é nosso?
Vamos consumir alimentos transgénicos importados ou vamos ajudar os nossos jovens agricultores a produzir produtos de qualidade? Vamos apostar na agricultura e no emprego ou continuar de chapéu na mão?
Esse Paulinho das feiras, a cheirar a peixe e a mofo, vai para ministro de quê?

Senhor presidente, senhores governantes, senhores deputados, seus padrinhos, afilhados e demais beneficiários: - Deixai de tratar mal este cantinho lindo. Se teimais em continuar neste paradigma qualquer dia obrigais-nos a confundir m… com massa encefálica!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mais uma “Chapelada”?

Ou muito me engano ou vamos voltar a ter no PS um super candidato único que o aparelho dos bem instalados na vida e no propriamente dito imporá “democraticamente” . Pouco ou quase nada sei do que se passa no PS, porque no Sátão não se realizam reuniões de militantes, há muitos, muitos meses, mas tudo parece caminhar no sentido de uma perfeita união em torno de um novo líder, de “marca Sócrates”, que dê continuidade ao projecto que arruinou o PS e o País.
Estou a falar de Francisco Assis, que tem toda a legitimidade para se candidatar, mas que considero não reunir condições para desempenhar o cargo de secretário-geral (1º ministro), mas que o aparelho certamente muito admira, porque essa é a garantia de que “lá por cima” tudo ficará na mesma, mantendo-se intacta a cadeia de poder, com graves prejuízos para o Partido, mas com benefícios pessoais para as velhas e novas raposas que fazem da política profissão, muitos por não saberem fazer nada.
Sinceramente espero que outros candidatos carismáticos dentro do PS se disponibilizem, entre os quais António José Seguro, evitando assim que o caudal de hipocrisia que inundou o último Congresso se repita. Chapeladas de 95% ou coisa parecida não salvam o Partido neste momento difícil em que se encontra, minado pelo socratismo doentio… O PS, em minha opinião precisa de profundo debate interno que reanime as hostes. Se continuar prisioneiro do séquito que, de cabeça enterrada na areia, bajulava Sócrates, podemos preparar-nos para esperar uma década para que volte a haver possibilidades de ganhar eleições.
Vamos aguardar para ver o que acontece…
Para mim as chapeladas são sinónimo de seguidismo e não de consenso, de ocultismo e não de transparência, de golpismo e não de seriedade e competência, de imobilismo e não de acção política dinâmica e responsável.
A união à volta do líder deve existir, mas só depois de amplo debate democrático interno, que sem dar trunfos à Oposição permita fundamentar as opções, de forma a tomá-las consciente e responsávelmente e não apenas porque essa é a vontade do “chefe”, muitas vezes dependentes do lado para que acorda virado.
A humildade com que José Sócrates se apresentou no dia da escandalosa e deprimente derrota dos Socialistas, nos quais me incluo, ter-nos-ia feito chorar se não soubéssemos que ele apenas queria vitimizar-se para tentar apagar da nossa mente a forma como obrigou o PS a segui-lo na altura em que se demitiu e recandidatou ao lugar de 1º ministro.
Já estou a vê-lo, como militante de base, a colar cartazes de balde e pincel na mão, como nos seus tempos de JSD!
Verticalidade e cooperação precisam-se! Chapeladas não!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ai PS…

Em 11 de Abril passado escrevi no meu blog e a alguns amigos via e-mail, um despretensioso artigo de opinião no qual, entre outras “heresias socialistas”, afirmei o seguinte: “Apesar de desactualizada, a moção de estratégia de José Sócrates ao Congresso de Matosinhos foi aprovada com 97,2% dos votos dos congressistas, o que em linguagem “antiga” significa uma autêntica “chapelada” que nos faz recordar os resultados do tempo de Salazar e Caetano! “ “O PS empurrado pelo Governo e pelos senhores deputados da naçon (muito unidos na defesa dos seus interesses) teimam em considerar Sócrates parte da solução para a crise que vivemos, mesmo sabendo que ele faz parte do problema… (Esse é, em minha opinião, o maior erro estratégico de sempre, que vamos pagar muito caro, política e financeiramente)”.

Repito o que escrevi na altura, para reafirmar duas coisas que me parecem essenciais para o Partido Socialista para o futuro de Portugal. 1ª - O “injinheiro” foi a pior coisa que nos podia ter acontecido, 2ª - É deveras prejudicial para a nossa Democracia que O PS tivesse reduzido os seus Comícios e Congressos a meros passeios, de camioneta, para comer umas febras, beber uns copos, ignorar os hipócritas e bater palmas ao líder…

Sócrates (bem falante como conheço poucos) vai ficar na história como o rei do hipocrisia, do “chicoespertismo”, da arrogância, da vaidade, do clientelismo, da farsa e da mentira, tudo isto iniciado no congresso que o elegeu em 2005, em que falou com teleponto, a fingir que falava em directo, emocionado e convincente, qual “jogador de vermelhinha” a preparar as vítimas para o “conto de vigário”…
O partido Socrático, copiosamente derrotado, quase sem militantes, poucos mais do que os deputados e seus assessores, os governantes e o séquito que os coadjuva, os gestores das empresas públicas e o “exército” que os serve, alguns representantes do poder local, as “comichões políticas distritais e concelhias” os senhores governadores e suas equipas, alguma comunicação social, (e fico-me por aqui…) foi considerado impróprio para governar. Foi, quanto a mim, uma sábia lição popular de uma esmagadora maioria que não está mais disposta a pactuar com quem lhe tem vindo a sugar o sangue e a dizer que governa na defesa dos seus interesses.
Se o PS quer que os Portugueses voltem a acreditar nele para governar Portugal tem que mudar de paradigma, dispensando dos seus serviços a gentinha que nos conduziu a este estado lastimoso… O coma em que caiu o País, exige terapias adequadas e urgentes. Os lellos, (vocábulo que me parece mais adequado para definir as lapas que converteram o partido num mero apêndice do governo) têm que encostar definitivamente às boxes para minuciosa reparação… (juntamente com patetas alegres, malhadores, assises e outra meretrizes)
Prevejo com algum pessimismo o futuro do nosso Partido… a não ser que apareça alguém “não comprometido” disposto a apear os baronetes que ano após ano, mandato após mandato, em “posicionamentos” adaptados, em golpes de rins de bajulação ao novo líder (mesmo que o tenham combatido) “abicham no cereal, até se empanturrarem …

Está na altura de serem chamados à razão todos aqueles que servem o caciquismo e a corrupção, dois grandes males da nossa sociedade. O PS precisa de tornar bem claro que repudia e rejeita tais práticas, sejam de quem forem.
As “máquinas de propaganda” acabam sempre por “dar o berro”. O (bom) exemplo será sempre um bom aliado!

Ai PS, dói tanto!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Violência juvenil

Os muito praticados “métodos” de permissividade total perante o comportamento espontâneo das crianças, que hoje proliferam no seio de muitas famílias e que a escola vai sendo obrigada a adoptar para não haver processos disciplinares instaurados pelos papás aos professores, têm que ser postos em causa. A espiral de violência das crianças e dos adolescentes está a disparar para níveis indesejáveis que comprometem a sociedade democrática, pacífica e solidária do futuro, que temos o dever de ajudar a construir.
A ideia partilhada por muitos pais de que contrariar a criança e o jovem pode provocar danos nefastos irreparáveis na sua personalidade, impingida por alguns “pedagogos da treta” que só escrevem e não experimentam, está a conduzir-nos para labirinto que termina num beco sem saída!
Depois da “descoberta” de que todos os comportamentos indesejáveis e incorrectos das crianças têm por base uma qualquer disfunção ou doença e se considera qualquer castigo ou reprimenda como um “acto condenável” deixou de haver possibilidade para a imposição de normas na escola e para a obrigatoriedade do seu cumprimento.
Os professores passaram a ser uma espécie de bobos da corte perante a rebeldia e a falta de educação de muitos alunos que a frequentam. A juntar aos motivos anteriormente referidos há que acrescentar o facto de muitas famílias terem deixado pura e simplesmente de “investir” na educação dos filhos…

No que ao Estado diz respeito, os ministros da educação das últimas décadas passaram o tempo a copiar experiências de outros países (muitas vezes já em desuso) que o governo seguinte sempre “meteu no saco”, sem fazer uma avaliação minimamente isenta e rigorosa. Os campeões do facilitismo, muito provavelmente inspirados no seu percurso académico, desvalorizaram completamente o papel dos professores. As duas últimas ministras com currículo de qualidade duvidosa (em minha opinião) em articulação com o Eng. Sócrates desferiram a machadada final nos docentes que serviram de bode expiatório da incompetência governativa que acabou por vitimar a esperança dos portugueses no futuro.

O resultado da desautorização dos professores está à vista! Num clima de impunidade quase total, as nossas crianças e jovens perderam as referências das margens onde devem fazer o seu percurso. O”rio”, desejavelmente largo, deixou de ter margens e inevitavelmente começaram as “inundações”, provocando o caos em que vivemos!
A palavra de ordem passou a ser apagar o passado, como se tudo dele fosse mau…

Não, não estou a defender o regresso ao passado da “menina de cinco olhos”, do medo aterrorizador, da discriminação, das injustiças… estou apenas a dizer que se pare para pensar e que se mantenha a Escola como local de aprendizagens, onde as normas definidas por quem de direito sejam respeitadas. Quem não cumprir com as suas obrigações deve ser chamado à atenção e castigado. Se isto for devidamente explicado e aplicado com isenção, parece-me que as crianças e os jovens não ficarão traumatizados!

Vai sendo altura de deixar de confundir liberdade com falta de educação e asneira com criatividade.
O pior que se pode fazer a uma criança é não a ajudar a distinguir aquilo que pode e não pode fazer!
Claro que de pouco valerá a escola educar no sentido do estudo (trabalho) diário e do cumprimento de princípios e normas e depois continuarmos a dispensar os criminosos da prática de um qualquer trabalho cívico que ajude a reparar os danos sociais que provocaram.

A educação pelo trabalho é desprezível? “Branquear” a preguiça e a falta de empenho das crianças e jovens contribui para a sua estabilidade emocional? O sacrifício é desprezível, em termos educativos? Desvalorizar os comportamentos anti-sociais das crianças e dos jovens contribui para a sua felicidade no presente e no futuro? Não ter medo de nada é um “atributo” de cidadania? É legítimo e socialmente correcto viver melhor na cadeia do que a trabalhar ou no desemprego?

Penso que é preciso rever as nossas “ferramentas educativas”, mas provavelmente estou errado, porque essa não é a opinião dos eruditos principescamente pagos para pensar nessas coisas… e quem sou eu para dar lições a esses iluminados? Ah, mas nomes feios… disso não se livram!

Violência juvenil

Os muito praticados “métodos” de permissividade total perante o comportamento espontâneo das crianças, que hoje proliferam no seio de muitas famílias e que a escola vai sendo obrigada a adoptar para não haver processos disciplinares instaurados pelos papás aos professores, têm que ser postos em causa. A espiral de violência das crianças e dos adolescentes está a disparar para níveis indesejáveis que comprometem a sociedade democrática, pacífica e solidária do futuro, que temos o dever de ajudar a construir.
A ideia partilhada por muitos pais de que contrariar a criança e o jovem pode provocar danos nefastos irreparáveis na sua personalidade, impingida por alguns “pedagogos da treta” que só escrevem e não experimentam, está a conduzir-nos para labirinto que termina num beco sem saída!
Depois da “descoberta” de que todos os comportamentos indesejáveis e incorrectos das crianças têm por base uma qualquer disfunção ou doença e se considera qualquer castigo ou reprimenda como um “acto condenável” deixou de haver possibilidade para a imposição de normas na escola e para a obrigatoriedade do seu cumprimento.
Os professores passaram a ser uma espécie de bobos da corte perante a rebeldia e a falta de educação de muitos alunos que a frequentam. A juntar aos motivos anteriormente referidos há que acrescentar o facto de muitas famílias terem deixado pura e simplesmente de “investir” na educação dos filhos…

No que ao Estado diz respeito, os ministros da educação das últimas décadas passaram o tempo a copiar experiências de outros países (muitas vezes já em desuso) que o governo seguinte sempre “meteu no saco”, sem fazer uma avaliação minimamente isenta e rigorosa. Os campeões do facilitismo, muito provavelmente inspirados no seu percurso académico, desvalorizaram completamente o papel dos professores. As duas últimas ministras com currículo de qualidade duvidosa (em minha opinião) em articulação com o Eng. Sócrates desferiram a machadada final nos docentes que serviram de bode expiatório da incompetência governativa que acabou por vitimar a esperança dos portugueses no futuro.

O resultado da desautorização dos professores está à vista! Num clima de impunidade quase total, as nossas crianças e jovens perderam as referências das margens onde devem fazer o seu percurso. O”rio”, desejavelmente largo, deixou de ter margens e inevitavelmente começaram as “inundações”, provocando o caos em que vivemos!
A palavra de ordem passou a ser apagar o passado, como se tudo dele fosse mau…

Não, não estou a defender o regresso ao passado da “menina de cinco olhos”, do medo aterrorizador, da discriminação, das injustiças… estou apenas a dizer que se pare para pensar e que se mantenha a Escola como local de aprendizagens, onde as normas definidas por quem de direito sejam respeitadas. Quem não cumprir com as suas obrigações deve ser chamado à atenção e castigado. Se isto for devidamente explicado e aplicado com isenção, parece-me que as crianças e os jovens não ficarão traumatizados!

Vai sendo altura de deixar de confundir liberdade com falta de educação e asneira com criatividade.
O pior que se pode fazer a uma criança é não a ajudar a distinguir aquilo que pode e não pode fazer!
Claro que de pouco valerá a escola educar no sentido do estudo (trabalho) diário e do cumprimento de princípios e normas e depois continuarmos a dispensar os criminosos da prática de um qualquer trabalho cívico que ajude a reparar os danos sociais que provocaram.

A educação pelo trabalho é desprezível? “Branquear” a preguiça e a falta de empenho das crianças e jovens contribui para a sua estabilidade emocional? O sacrifício é desprezível, em termos educativos? Desvalorizar os comportamentos anti-sociais das crianças e dos jovens contribui para a sua felicidade no presente e no futuro? Não ter medo de nada é um “atributo” de cidadania? É legítimo e socialmente correcto viver melhor na cadeia do que a trabalhar ou no desemprego?

Penso que é preciso rever as nossas “ferramentas educativas”, mas provavelmente estou errado, porque essa não é a opinião dos eruditos principescamente pagos para pensar nessas coisas… e quem sou eu para dar lições a esses iluminados? Ah, mas nomes feios… disso não se livram!