segunda-feira, 28 de junho de 2010

… a arder em lume brando!

Apesar das declarações do próprio que até parece que apontam noutra direcção, para mim é um dado adquirido que foi Mário Soares quem atirou Fernando Nobre para a fogueira das presidenciais… Também não tenho muitas dúvidas que se trata de uma vingançazinha de mau gosto, para com Alegre, que como se sabe partiu os rins todinhos a Mário Soares, nas últimas presidenciais, mesmo tendo este o apoio do PS. Parece-me feio, Mário Soares não assumir publicamente o seu apoio a Fernando Nobre, em vez de continuar a assobiar para o lado, quando o questionam sobre este assunto… Para mim isto chama-se hipocrisia!
Esta insensatez de Soares querer protagonizar uma candidatura presidencial depois de ter sido “frito” por José Sócrates, que quis demonstrar-lhe o seu “peso eleitoral, para se ver definitivamente livre dele, só passa mesmo pela cabeça de alguém que se considera iluminatti…
Com ou sem apoio de Soares, Fernando Nobre não tem qualquer hipótese de vir a ser eleito Presidente nas próximas eleições… Já tive oportunidade de dizer antes e repito, que quem mete Fernando Nobre nesta embrulhada até pode fazê-lo com a melhor das intenções, mas acaba por prejudica-lo na sua vida profissional e política… Fernando Nobre, pelo seu humanismo e sensibilidade para as grandes questões da actualidade, merecia melhor do que ver-se envolvido numa luta de galos, em que está derrotado antes do apito para o inicio do jogo…
Sempre me habituei a ler a sociedade no universo do desporto e penso que não andarei longe da verdade se disser que Fernando Nobre se assemelha ao Benfica dos últimos anos: era sempre um sério candidato ao título, mas nunca ganhava! Só ganhou quando teve à sua disponibilidade os meios necessários para ganhar, sendo certo que o que se passava dentro das quatro linhas era apenas uma parte da solução do problema…
A honestidade e a integridade de Fernando Nobre até podem fazer dele um candidato ao título, mas a análise do contexto transforma-o num candidato sem qualquer hipótese de vencer e, sendo assim, foi de muito mau gosto a “partida” que lhe fizeram… Presumo que ninguém o “obrigou” a aceitar e, como tal, parte da responsabilidade é também sua, ao ficar ligado a uma derrota estrondosa, que, evidentemente, prejudica o seu futuro político.
Há coisas que não se fazem aos amigos!
É tempo de Mário Soares perceber que o seu tempo de ribalta já terminou… Se insistir em se recusar a admitir que vivemos noutro tempo com outros protagonistas, corre o risco de ter que sair pela porta dos anexos, para uma rua estreita onde já muitos o esperam, para esfregarem as “mãozinhas” de contentes!
Conhecendo a grandeza de Fernando Nobre, estou certo que ele saberá dar a volta ao texto e sair pela porta grande.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Venham de lá esses Mandamentos…

1º Adorar a Deus e amá-lo sobre todas as coisas;
2º Não invocar o santo nome de Deus em vão;
3º Santificar os Domingos e festas de guarda;
4º Honrar pai e mãe;
5º Não matar;
6º Guardar castidade nas palavras e nas obras;
7º Não furtar;
8º Não levantar falsos testemunhos;
9º Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos;
10º Não cobiçar as coisas alheias.

Quando relembro estes mandamentos, percebo melhor as preocupações da minha tia Belmira que me obrigava a “rezá-los” todos os dias…
No seu analfabetismo, também cristão, ela tinha como me disse várias vezes a preocupação de evitar que eu me tornasse um valdevinos… Ser um homem (a sério), dizia-me ela, isso era tarefa minha… (infelizmente para mim, não sei se cumpri os seus desejos, porque o seu conceito de Homem a sério era, evidentemente, diferente do dos nossos dias…
O motivo que inspirou esta minha breve crónica é o terceiro mandamento, que manda santificar os domingos e festas de guarda.
O conservadorismo, o analfabetismo, a tacanhez, a tecnocracia, a ganância, a miopia (entre outras”desqualidades”) que caracterizam uma boa parte do nosso mundo empresarial, levam a que hoje se considere que a nossa falta de produtividade se deve aos dias feriados que o nosso calendário manda respeitar.
Um empresário ou gestor que “desconhece” que permanência é uma coisa e trabalho é outra, não merece grande credibilidade… Os gestores públicos podem “disfarçar”, porque para “provar” as suas capacidades e receber chorudas recompensas basta aumentar o preço dos produtos ou serviços que gerem ou fazer”buracos financeiros”, mas os privados, que assim pensam, teriam muita dificuldade em passar num exame de acesso a “semimedíocres”!
A “batalha” da produtividade e da flexibilização das leis laborais é muito mais do que números estatísticos que são utilizados para tentar provar uma coisa e precisamente a contrária, se der jeito. As causas profundas têm a ver com o modelo social que queremos para Portugal. As respostas do Povo, em eleições, têm sido claras no que toca à rejeição das políticas que querem reduzir a vida a dinheiro…
Cá estaremos para resistir! Os mandamentos podem dar uma ajuda…mesmo para quem não se identifica com eles todos. Cada um eleja aquele(s) por que está disposto a lutar.

terça-feira, 22 de junho de 2010

(e)SCUTar o Povo...

As SCUT são neste momento um dos temas quentes… Se a selecção Nacional não tivesse ganho por 7-0, atrever-me-ia, mesmo, a dizer que seria o tema da actualidade.
Dos cerca de 1000 km de auto-estradas em regime SCUT (sem custos para os utilizadores) cerca de 55% situam-se no interior do País. O PS que tem vindo a fazer das SCUTs uma bandeira, desde o tempo de Guterres que as criou, na lógica de que elas atravessam concelhos cujo nível de desenvolvimento não justifica o seu pagamento pelos utilizadores. Pressionado pelo PP e pelo PSD que sempre foram contra elas, o actual Governo “cedeu” em considerar SCUT, auto-estradas situadas em zonas que “são tudo”, menos pobres…
Quem conhece as posições das cúpulas e barões do PSD sobre as SCUTs pasma de espanto com as palhaçadas de Rui Rio e outros autarcas do PSD, que na sua ânsia (não acompanhada por Passos Coelho, por “tremideira fraldesca”) de queimar o governo de Sócrates (não de governar!) já se esqueceram do que defendiam “ontem”… Do PP de Paulo Portas nem falo, porque como dizia o meu avó, mexer na porcaria só provoca mau cheiro,,,
Todos falam de SCUT , mas ninguém fala em (e)SCUTAR o povo, que sobre isso já se pronunciou nas sucessivas eleições. O que eu gostava de ver o PS fazer, era cumprir os seus compromissos eleitorais, que cada dia que passa são mais esquecidos…O PS tem que escutar o Povo que o elegeu e se tiver que “morrer”, que morra nos seu braços, porque mais vale “morrer” neles do que morrer desamparado…
Temos que abraçar CAUSAS e nunca os inimigos! A Democracia obriga-nos, e bem, a respeitar os adversários, mas para ser adversário é preciso cumprir as regras.
Estamos fartos de hipócritas (disfarçados de democratas) e de medrosos (disfarçados de valentes)!
Venham mais cinco!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Adeus Saramago...

Saramago foi-se! Confesso que não me sinto muito avalizado para falar dele e da sua obra. Neste breve texto quero, essencialmente, verter que louvo e me vergo à importância da sua obra para a cultura portuguesa e, consequentemente para todos nós portugueses.
O facto de ter sido o único Português a ganhar um prémio Nobel da Literatura, obriga a que o consideremos um grande vulto da nossa cultura, que por razões óbvias, temos que estimar e respeitar, gostemos ou não da sua obra, da cor dos seus olhos ou da sua opção política...
O Estado Português, mesmo tratando-se de um “Comunista” que muitos eleitos e nomeados detestam, tem obrigações a que os seus representantes não podem virar as costas, sob pena de ser lícito pensar que o 25 de Abril já chegou, mas ainda não se instalou na cabeça de muito boa gente, com responsabilidade máxima.
O talento de Saramago, com base no que diz o “mundo” culto e civilizado acerca dele, é algo inquestionável. A grandeza da sua obra literária, também. O seu contributo para a divulgação e prestígio da Cultura Portuguesa é ímpar…
O comportamento de António Sousa Lara, em tempos de má memória, então sub-secretário de Estado da Cultura, já não era para mim, mais do que uma manifestação da sua tacanhez mesquinha e estava praticamente esquecido, porque, como sempre se disse “ vozes de burro não chegam ao Céu”.
O que eu não imaginava era que, na altura da sua morte, depois de ter feito o que fez pela Cultura Portuguesa, os Presidentes da República e da Assembleia da República se iam descartar da sua “obrigação” de estar presentes no seu funeral.
Sinto-me triste e envergonhado com estes nossos representantes! Gente assim, tem que escolher outra ocupação!
Espero que, pelo menos, se curvem perante a sua memória, que nunca pode ser confundida com a de “vulgares tecnocratas”.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

por falar em escola...

Não percebo a admiração de tanta gente, relativamente ao facilitismo que se instalou na escola e, obviamente, nos exames nacionais. Para mim a questão é simples: o capital precisa de robots, nunca de cidadãos inteligentes. No tempo de Salazar, muitas eram as “sumidades” que consideravam desnecessário frequentar a Escola ( e hoje ainda há defensores tese) mas com o avanço dos tempos a lógica é, necessariamente, outra : Há que salvar a face democrática (nem sempre limpa) e “garantir” a todos o acesso à escola, desde que não se puxe muito pelos alunos!
Seria vergonhoso, nos dias de hoje, negar a alguém o acesso à escola, mas isso tem que ser feito de forma a permitir que as “elites políticas e financeiras” sobrevivam e não sejam “ameaçadas pelos insultos radicais, quase sempre de esquerda, vindos de quem ainda se recusa a deixar de pensar…
Se alguém, alguma vez, se convenceu que os “donos” do mundo, senhores das armas, da guerra, da fome e da patente do dinheiro, estão dispostos a abrir mão dos seus inatos ou mal adquiridos privilégios, tire daí o sentido quanto antes… A única coisa que move a esmagadora maioria deles é a sofisticação dos métodos que lhes permita manter o seu domínio e alimentar o seu egoísmo. A escolarização das massas populares, faz com que a “barbárie” se atenue e permite que vivamos em maior segurança, mas convém não esquecer que o desespero bate cada vez mais à porta de maior número de pessoas e, assim, não há escolaridade que resista.
A Escola deve existir fundamentalmente para “cultivar” a inteligência de cidadãos a tempo inteiro. Contrariamente ao que hoje se passa devem ser os pais das criancinhas a pugnar para que os professores sejam exigentes para com os seus filhos e para que as Escolas de todos os níveis de ensino e as Universidades não sejam albergues de facilitismo.
Se assim não for, podemos ter uma “legião” de licenciados, mas continuarão a ser meros executores da vontade de quem o “pedigree” permite viver “à large”!
O grande erro do Povo é que quando se apanha com dez reis de sabedoria, quase sempre a coloca ao serviço de quem o engana… Às vezes chego a pensar que estamos geneticamente programados para sugar o sangue da manada, logo que pensamos que deixámos de fazer parte dela!
Não podemos permitir que a Escola se transforme num recreio. Amanhã pode ser tarde!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

PORTUGAL PAROU… PARA VER JOGAR A (à) PASSO (S)!

Portugal parou colado à televisão para tentar saborear uma vitória da selecção que ajudasse a melhorar a auto estima colectiva e nos fizesse esquecer por algum tempo as patifarias a que temos sido sujeitos nestes últimos tempos pelos políticos e pelos donos do dinheiro ( alguns deles políticos, digo eu)…
A frustração foi total porque aquilo que muitos consideravam “favas contadas” só não se transformou num pesadelo (da derrota) porque das portas do Céu, alguém esteve a vigiar… Portugal jogou a passo, sem chama, sem alma, sem velocidade, sem ambição, confuso, sem fio condutor, devagar devagarinho, prós lados e para trás, sem ritmo…
Bem pode Carlos Queiroz arranjar os argumentos que entender para justificar as suas opções de recrutamento, técnicas e tácticas e esmiuçar cientificamente as causas deste empate com a Costa do Marfim que, para mim, aquilo foi mau de mais para ser verdade e só a ele pode passar pela cabeça que Portugal dominou e merecia ganhar… (aquela história dos “desgraçadinhos” que tiveram que jogar contra a “prótese” do adversário que colocou em risco a sua integridade física, merecia uma tese de doutoramento)
Quem quer ganhar tem que perder o medo de perder e o que eu vi foi uma equipa medrosa, sem confiança, desajeitada, incapaz de construir jogo, falhando demasiado nos passes, incapaz de rematar com um mínimo de perigo… longe de ser uma equipa serena e coesa.
Faço sinceros votos para que esta equipa aprenda com os erros e no próximo jogo se transforme, porque se tal não acontecer podemos fazer as malas…
Num mero raciocínio académico que não pretende ser nenhum exercício intelectual (porque disso me impede alguma senilidade que começo a notar em mim) enquanto ia pasmando de espanto com a (não) exibição da equipa de todos nós, dei comigo a comparar o jogo com a actuação do líder do PSD, quando “liguei “ jogar a passo com o apelido Passos (também Coelho, que até tem a ver com veloz e que gosta de roer a erva, que é como quem diz, “comer a relva”)
A Selecção jogou a passo, em que o medo de perder suplantou a vontade de ganhar. Passos Coelho disfarça jogar ao ataque, mas a falta de coragem e o medo de governar, impedem-no de apresentar alternativas…
A Selecção jogou sem chama e sem alma, sempre com um pé no medo e outro na glória, incapaz de construir jogadas que abanassem a equipa contrária. Passos Coelho mantém um pé nas políticas do Governo e outro na Oposição, incapaz de fazer o que quer que seja, que “abane” a crise em que estamos mergulhados.
A Selecção jogou devagar devagarinho, para os lados e para trás. Passos Coelho, a passo de caracol, assobia para o lado a dizer que é líder do maior partido da oposição e refugia-se atrás do passado, para justificar a sua falta de coragem para assumir o presente e o futuro.
Alguns elementos da Selecção referiram a sorte, o árbitro e a FIFA (e não a equipa), como culpados pelo que aconteceu. Passos Coelho culpa o Governo por tudo o que de mal aconteceu e partilha com o PS algumas medidas, em nome de um patriotismo que se assemelha à falta de “chama” da selecção.
Para “desvalorizar” as fragilidades os porta-vozes da Selecção tentam fazer passar uma imagem de força e coesão da equipa. Passos Coelho tenta fazer passar a imagem de um PSD unido em torno do seu líder para disfarçar o “ninho de víboras” que hibernam no Partido, à espreita da hora de atacar. (que os portugueses conhecem bem).
A Selecção “rasgou” o favoritismo que lhe era atribuído, por falta de coragem de o assumir. Passos Coelho rasgou o compromisso eleitoral (como já outros o fizeram, é verdade!), mas pelo simples motivo de ter medo de ter que governar Portugal.
Depois deste jogo “A PASSO” e “ À PASSOS” a passagem à fase seguinte complicou-se… A política (com Passos) está mais empobrecida.
O seleccionador pôs o Deco, que gosta de jogar no centro, a jogar na direita e saiu mal. Passos quer pôr a “direita a jogar no centro” e é o que se vê!
Portugal é que paga! Louvado sejais, Senhor!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Apupos a Sócrates

José Sócrates foi apupado em Faro à chegada à cerimónia das comemorações do Dia de Portugal.
Pertenço àquele reduzido número de portugueses que considera que as Forças Armadas, da forma como estão estruturadas, são uma “sanguessuga” dos nossos bolsos. Não concordo que se marche contra os canhões e acho que o Dia de Portugal devia estar muito acima daquela “militarice” toda. Mexem comigo algumas condecorações e indultos. Mas… uma coisa não posso deixar passar em claro: um momento daqueles não pode ser aproveitado para “cenas”que comprometem a solenidade da cerimónia e dão uma imagem pouco abonatória do nosso país (que não pode ser confundido com umas dezenas de arruaceiros).
José Sócrates, que critico bastante e de quem não sou grande admirador, pelo seu manifesto desrespeito pelos mais fracos (que quando votei nele, pensava que iria defender) fez e continua a fazer muitas coisas de que discordo completamente, mas esse facto não pode ser combatido em cerimónias solenes, que pretendem (não sei se o conseguem) que não esqueçamos a nossa memória colectiva e nos afirmemos perante o mundo (parte do qual nos está a ver).
Reconheço e admiro a resistência física e psicológica de José Sócrates bem como o seu esforço de fazer passar uma imagem de Portugal, alicerçada num optimismo nem sempre justificado e sensato. Com os seus defeitos e virtudes acho que não pode comparado com Passos Coelho ou Paulo Portas (catástrofes nacionais) e penso que se tivesse governado no tempo e no lugar de Cavaco Silva, Portugal hoje seria diferente, para melhor.
Muitos portugueses têm mil razões para não gostar de José Sócrates. Alguns, com quem falo, estão a descobrir, aos poucos, que o novo líder do PSD não tem arcaboiço para ser alternativa, porque lhe falta em coragem aquilo que lhe sobra em demagogia, ao querer estar com um pé no poder e outro na oposição. Outros não conseguem perdoar-lhe o que fez e pensam que um Governo do PSD ou do PSD/CDS será melhor… Outros defendem um governo de unidade da esquerda, mesmo sabendo que isso não vai ser possível enquanto reinar a mentalidade dos actuais líderes partidários. Há quem acredite em Paulo Portas (este facto merecia um estudo sociológico) e até já vi pobres a “pedir um Salazar”…Há quem considere (nos quais me incluo) que o PS precisa de um “safanão” renovar-se, deixar de assobiar para o lado, combater a corrupção e a injustiça social, através de medidas que a todos responsabilizem e valorizem o trabalho…
Todos nós temos (ou devíamos ter) uma “visão” para o país e criticar sem medo o que consideramos errado, mas há que saber estar e não escolher a Cerimónia do Dia de Portugal para apupar o primeiro-ministro, seja ele quem for, gostemos ou não dele e das suas políticas.
Em Democracia não faltam oportunidades, formas e lugares para manifestar o nosso descontentamento. Como o fizeram os “canalhas” em Faro, nunca!

terça-feira, 8 de junho de 2010

“Casamento” homossexual…

Helena(o) Paixão e Teresa (o)Pires deram o nó, na Conservatória do Registo Civil de Lisboa… Lamento muito, mas não consigo compreender! São os azares de quem não tem capacidade intelectual para “confundir” direitos com opções. Sei que algumas das poucas pessoas que vão ler o que escrevi me vão apelidar de tacanho e xenófobo, mas a minha condição de vulgar cidadão dispensa-me de ser tão inteligente como o Engº Sócrates e o Prof. Cavaco, que considero os grandes obreiros deste “salto social” para o abismo… Chamem à vontade!

Tenho um amigo que, em jeito de brincadeira, me diz que sofre muito cada vez que fica a saber que uma mulher é lésbica, porque isso diminui o universo em que os homens podem tentar encontrar uma companheira, para casar, namorar ou simplesmente catrapiscar…

Reforça ele (num desabafo que já não partilho tanto) que a vincada e fortíssima sexualidade que as leva a assumir-se como lésbicas garante, à partida, o seu gosto pela “brincadeira”, sendo “quase crime” elas privarem os homens de saborear os “pitéus”, que faziam acender a vela aos nossos avós quando os viam, os cheiravam ou, até só, pensavam neles…

Vale aos homens, segundo ele, a feliz coincidência de também haver tantos gays, o que equilibra a balança, permitindo assim que não seja tão grave, as mulheres optarem por ser lésbicas, porque o universo dos homens que gostam de mulheres também diminui…

Hoje encontrei-o num café de uma cidade próxima e, pelo seu ar de cara à banda e olho pisco, vi logo que havia algo estranho. Mal me cumprimentou perguntou de imediato: Então?!

Sem saber a que se referia retorqui: Então, o quê?!

Muito admirado pela minha estranheza, ripostou de imediato “ As lésbicas, meu burro… casaram-se hoje!

Já nos preparávamos para o habitual “maldizer” quando nos apercebemos que numa mesa ao fundo estavam sentadas duas lindas mulheres a acariciar-se na face e a trocar suculentos beijos na boca e que, numa outra mesa, dois homens se deliciavam a fazer mais ou menos a mesma coisa. “Metemos a viola no saco” e retirámo-nos, cabisbaixos, com medo de levar nas fuças, porque eles e elas eram uns matulões e corríamos o risco de (apesar de “não se gostarem”) se unirem contra nós e nos atingirem com um pontapé no sítio certo que, no futuro nos impossibilitasse do prazer de “desfrutar”…

Já na rua, sempre com muito cuidado, para não sermos surpreendidos por um eventual grupo de manifestantes gays/lésbicas a festejar o casamento da Helena e da Teresa, conversámos baixinho durante alguns minutos e despedimo-nos, porque estava na hora da consulta.

Enquanto esperava no consultório, dei comigo a fazer o seguinte raciocínio: Não tardará muito que aquelas ou outras lésbicas apareçam na Conservatória do Registo Civil para registar os seus filhos, “fruto de muito querer, muito orgulho gay/lésbico, muito afecto , muitas outras coisas… e de embriões de um qualquer homem, que foram introduzidos nos seus úteros e que deram vida a três belos, escorreitos e inocentes bebés, dois nascidos da mãe Fófó casada com o papá Lulú e o terceiro nascida da mãe Lulú, casada com o papá Fófó - “irmãos” nascidos das mesmas lésbicas legalmente casadas!

Não consigo antecipar a minha reacção nesse dia, mas penso que vou chorar. Até lá vou treinando o pensamento a imaginar como é que a Paixão da Helena(o) encaixa no Pires da Teresa(o) e vice-versa).

Ainda não consegui digerir o triste espectáculo que a SIC transmitiu em directo e no qual a sede de protagonismo do “casal” não poupou as próprias filhas, menores de 10 e 16 anos, arrastando-as para a devassa pública, envolvendo-as numa cerimónia mediática, cujo sentido ultrapassará, em alguns aspectos, a capacidade de compreensão de ambas, ou pelo menos da mais nova, de certeza afectada pela falta de sensatez e de responsabilidade da mãe.

Não tenho nada contra os homossexuais, mas tenho tudo contra esta “feira de vaidades aberrante” que não poupa nada nem ninguém, e, para onde os “activistas” nos querem arrastar desde a nascença, para “lavarem” as suas aberrações… A intenção dos activistas é “fazer compreender” à sociedade que o casamento celebrado entre um homem e uma mulher, entre duas mulheres ou entre dois homens é a mesma coisa e deve produzir os mesmos efeitos civis. Todos sabemos que a partir deste momento o “comboio” está em marcha e que estamos, ainda, longe da última estação…

Depois não se queixem!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Hoje…não vou à escola!

Uma escola a reboque da sociedade, alicerçada em métodos e processos antiquados, completamente desactualizados, não cumpre o seu papel. A Escola actual deve ser criativa, inovadora, inclusiva e educadora, fornecedora de “ferramentas” que promovam a autonomia e ajudem à cidadania.
“Imobilizarmo-nos” num determinado tipo de Escola fechada ao exterior, em nome da tradição, seria quanto a mim um grave erro, porque os tempos são de mudança constante e a Escola não pode ser alheia a esta realidade, sob pena de se extinguir. A imaginação não deve ter limites quando nos pomos a “magicar” sobre a escola dos nossos dias e do futuro. Em minha opinião, devem ser bem recebidas todas as ideias, desde as aparentemente menos às aparentemente mais sensatas, mas atenção: desde que alicerçadas em patamares de exigência que se coadunem com a complexidade da vida actual. Habituar as crianças a serem mentalmente preguiçosas é (para mim) crime! Premiar a preguiça física e mental é duplo crime!

Consciente de que a Escola perfeita não existe nem vai existir, porque os seres humanos que nela coabitam nunca serão imunes ao erro, não partilho da opinião daqueles que criticam a Escola por passar o tempo a fazer experiências. Critico, sim, o facto de a Escola passar demasiado tempo em experiências que dinamizam o facilitismo, premeiam a preguiça e promovem o desrespeito.
Penso que muito de bom se tem feito na (e pela) Escola nestas últimas décadas, contrariamente à opinião de muitos, que por não quererem ver os problemas que resultam da sua democratização, se fixam apenas nos “defeitos” e ficam cegos prás virtudes….
O que eu não consigo compreender são as razões que recomendam que sejam tratados da mesma forma os alunos que estudam, são assíduos e se empenham e aqueles que não estudam e se “borrifam para as aulas, para os professores, para as regras… para tudo o que não seja da sua absoluta e real gana!

O alargamento da escolaridade até ao 12º ano parece-me ser uma medida de grande alcance social, que ajuda a combater a exclusão e a preparar os nossos jovens para a vida, mas as passagens “administrativas” que desvalorizam a frequência regular da Escola e a acção dos professores não podem passar incólumes… É preciso ponderar e saber resistir à pressão dos cábulas e seus familiares, e não enveredar pelo caminho mais fácil, de “condenar” os professores. (ou professorzecos como lhe chamou alguém de má memória) e “dispensar” os alunos de ir à Escola sem motivo válido.

Os sucessivos governos (não sei se pelo facto de alguns dos seus “altos vultos” serem um pouquinho avessos ao estudo quando eram mais pequeninos) têm “delapidado” a importância de frequentar a escola assiduamente e a autoridade dos professores…
A possibilidade, agora anunciada, de passagem do 8º ano para o 10º para alunos de 15 ou mais anos, é mais um testemunho dessa desvalorização, pois alguém que considera normal que um aluno de 15 anos que está no 8º ano possa passar num exame de 9º, e transitar para o 10º ano, só pode suportar a sua tese na incompetência ou má fé dos conselhos de turma (onde participam todos os professores da turma e representantes dos alunos e dos pais) que chumbam os alunos que”até” sabem, por mero prazer… (também há aquela “enormidade” do exame do 9º ano vir a ser “adaptado” à nova realidade, mas essa hipótese é ainda mais revoltante)

Com procedimentos deste “ baixo quilate”, começo a acreditar que um dia destes vai ser possível que alguém, que não saiba ler, escrever e contar, possa matricular-se numa qualquer faculdade, e, começo, também, a perceber melhor os motivos que levam a “nata política” (que nos brinda com estas “inovações”) a matricular os filhotes “noutras Escolas”… Nos dias em que estou de mau humor, como hoje, chega-me a passar pela cabeça que o objectivo é “semear o facilitismo e salvaguardar os nossos”, diminuindo assim a concorrência, através da menor competência de quem “embarca” na negligência…

Oh Senhora Ministra: Se o objectivo é “queimar” a Escola pública, “dispense”, de uma vez por todas, os professores do 1º, 2º, 3º Ciclos e Secundário e, por decreto, estabeleça as regras para ser licenciado, mestre ou doutor sem ter que passar pela chatice de, enquanto criança, adolescente ou jovem, ter que estudar e ir à Escola. Até aos quinze anos deixe brincar os meninos e as meninas e depois dos quinze, para não os traumatizar, deixe-os prosseguir nessa caminhada!
E não se esqueça: - Meta os (malvados) professores na linha, porque os alunos (clientes) têm sempre razão!
Cá por mim, hoje não vou à (sua) Escola!

domingo, 6 de junho de 2010

Que continue a crise…depois se verá!

Quando todos sabemos que a “economia paralela” cresce a olhos vistos e nos continuam a acenar com a “recessão” e com o fantasma da banca rota, sinceramente dá-me vontade de rir, mas logo a seguir apetece-me chorar…
Com políticos destes, Portugal está mesmo condenado a ter que cantar o fado… que em tempo não muito distante, converter-se-á em faducho (mesmo que consigamos, antes, promovê-lo a património da humanidade).
È vergonhoso que, em nome não sei de que interesses, se continue a fechar os olhos às verdadeiras causas que afundam a nossa economia, insistindo em “mais do mesmo” para salvar a face suja de quem pactua com corruptos e incumpridores e se refugia em discursos progressistas, que mais não são do que uma maneira habilidosa de sugar o sangue de quem trabalha.
Vem aí o Mundial e a crise está em silêncio por uns tempos! Quer ganhemos quer percamos o Mundial da África do Sul, a crise voltará em todo o seu esplendor daqui a uns tempitos, mas nada de grave se passará porque nós bem sabemos que a “justificação de todos os males” será sempre essa malvada crise, de que nunca nos livraremos, enquanto ela for possível , sem a existência de responsáveis.
Com a economia “escriturada” em crescimento zero e com a economia paralela a crescer dez por cento, como havemos de chamar aquilo que acontece em Portugal? (… então chamem-lhe isso!)
Se acabasse a crise o que havia de ser de nós?
Quem justifica o desemprego? – A crise!
Quem justifica a pobreza em que vivem tantos portugueses? – A crise!
Quem justifica os despedimentos? – A crise!
Quem justifica a economia paralela e a fuga ao fisco? – A crise!
Quem justifica a suprema vontade dos nossos governantes e dos candidatos a governantes? – A crise!
Quem justifica o marasmo da (in)Justiça? – A crise!
Quem justifica todas as “batotas” desde as mais pequeninas às gigantescas? – A crise!
Quem justifica as prostitutas à beira das estradas? – A crise!
Quem justifica as fugas de capital para os paraísos fiscais? – A crise!
Quem justifica as baixas fraudulentas? – A crise!
Quem justifica os gastos desmesurados do Estado, que chegam a ser “ofensivos” para o cidadão comum? – A crise!
Quem justifica a crise? – Ela, propriamente dita! Nem mais nem menos!
Deixem viver a crise. Não se armem em “pangaios” contra a crise! Os governos não são compatíveis com a inexistência de crise.
Pergunto mais: o que seria do mundo e do FMI sem crise?
Sejamos razoáveis:
- Ou há crise ou comem todos! (o que obviamente, não convém!)